quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A BOCA QUE FERE (12/08)

O falastrão

Antes de escrever sobre Ed Motta, realizei uma pesquisa de campo com alguns colegas de MSN, perguntando-lhes o que achavam do carioca sobrinho de Tim Maia. Opiniões diversas, mas o que mais predominou foram elogios a seu talento/voz e críticas às atrocidades que comete ao falar da música brasileira.
Ed é inteligentíssimo. Teve a soul music como base, e percorre com talento e facilidade por ritmos não necessariamente brasileiros como Jazz, Disco e Funk. Mas não ter tido embasamento em terras tupiniquins fez com que sua boca, desde que começou (no fim dos anos 80), além de emitir o vozeirão que estamos acostumados a apreciar, também disparasse a metralhadora para tudo aquilo que não gostava dentro de nossa música. Algumas opiniões causaram polêmica, como falar mal do rap brasileiro logo no início de sua carreira; também dizer-se americano e não gostar de MPB e, recentemente, metralhar a axé music, o que desagradou o baiano Netinho, que respondeu a deselegância à altura via Twitter. Algumas vezes o falastrão se retrata - sabe-se que até pedir desculpas a Chico Buarque e Tom Jobim, depois de ter caído em lágrimas ao ouvi-los, ele fez.
Que ninguém cerceie o direito de ninguém de emitir opiniões. Liberdade de expressão é direito constitucionalmente garantido a todos os cidadãos, e Ed faz nada menos do que prezam tantos roqueiros: "rock e respeito não devem mesmo andar de mãos dadas". O problema é ser diametralmente vítima das próprias proliferações. Na mente de muitos, sobretudo os fãs de música nossa, Ed é um músico talentoso, mas não passa de um ser altamente arrogante e egocêntrico, com pitadas de xenofobia.
Não sou profundo entendedor de seu universo, tampouco sou fã. Reproduzo, aqui, apenas a opinião da "massa". Gosto do swing, tenho algumas coisas da Conexão Japeri (sua antiga banda) e tenho o disco "As Segundas Intenções do Manual Prático". E, democraticamente, mostro mais de seu trabalho no EnTHulho.




Conhecido bebericador de vinhos de preço exorbitante, Ed também rechaça comparações a seu tio, Tim Maia, e preza por ser conhecido por seu talento. Que é inegável!

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TEM ESPAÇO NA VAN

Composição: Seu Jorge
Ed Motta


Se arruma aqui que tá bom, aqui tá dez
Se arruma tem espaço na van
Tem espaço na van

Pega o trem, vem pro baile
Ser feliz
Sem disfarce
Tudo bem
Tudo vale
Só nos resta sorrir e dançar em paz

Vem cá meu bem me dê a mão
Vamos jogar nesse salão
Ainda bem que você chegou
Vem cá te quero
Um brinde a vida e só nos dois


TH - Dispa-se de preconceitos e se jogue no salão :)



5 comentários:

  1. Eu só conhecia (e admiro muitíssimo) o trabalho dele - até seguí-lo no twitter e ter exatamente a mesma opinião que você acaba de emitir aqui.
    Mas nunca dei unfollow nele. por quê? porque ele dá ótimas dicas do jazz underground... ele possui um conhecimento profundo do assunto.
    então, qual o segredo de aguentar o homem? Nunca ler nenhum tweet dele que não tenha um link! ^.^

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  2. O que me chama mais atenção nele é o balanço das músicas, mas particularmente não é o tipo de cantor que me agrade, apenas tento respeitar teu trabalho como os dos outros.

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  3. Thiago, você disse tudo no seu texto. O talento musical de Ed Motta tem a mesma proporção que a sua inabilidade como pessoa pública. Voz maravilhosa, verdadeiro herdeiro musical do tio, mas que faz algumas declarações extremamente arrogantes. Talvez por isso eu não tenha muita simpatia por ele.

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  4. Essa metralhadora giratória ele deve ter herdado do tiozão.
    Nunca fui fão do Ed, mas recopnheço nele um certo talento que, na verdade, eu aprecio, mas não que nao me seduz.

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