sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ÚLTIMA FAIXA: ...e a gente faz um país! (Crônica)


[Ao som de "Hearts"]


"Aí o João disse:
"Mas Marina, somos muitos!"

Aí eu pensei:"É João... Eu sou só. E somos muitos."


Os fãs de Marina Lima não são apenas meros admiradores. Eles a são!

Essa peculiaridade entre ídolo e seguidor, no caso da cantora, merece destaque. Não são devotos cegos como os fãs de Guilherme Arantes, ou arrogantes como os de Raul Seixas, por exemplo (conclusão estas que tive após ter contato com os mesmos quando escrevi aqui pro EnTHulho - sem generalizar, evidente). A relação dos fieis por Marina é completamente emocional e afim - a trajetória da moça chega a se confundir com a história pessoal de muitos que a admiram, e isso ficou bem mais transparente no post comemorativo de aniversário dela, aqui no blogue.

E juntos, eles constroem o país - o deles mesmos. Fãs de Marina são incrivelmente unidos e destituídos de rivalidade, pois por mais que mantenham uma relação de exclusivismo pessoal, eles se juntam para defendê-la das blasfêmias midiáticas e lhe dão suporte até nos momentos menos "no pódium" por qual ela passa. De forma paradoxal, muitos também sentem "ciúme" e preferem curtir suas "febres" sozinhos. Ou melhor, apenas com a musa.

Musa mesmo. Marina firmou-se como uma espécie de "patrimônio" da música brasileira, por toda sua contribuição pop, rock, emocional e transgressora. Não é apenas uma voz rouquinha e sensual - é uma poetisa com inúmeros parceiros trilhando lado a lado. Os fãs se identificam afetivamente e a sentem em todas as suas fases, nos altos e baixos, nos trabalhos elogiados, nos que causam estranheza, nas declarações - carinhosas ou polêmicas. E fazem questão de manter acesa a chama de tantos anos de serviço à música tupiniquim.

Quando a acusam de ter perdido sua voz, mostro outras tantas que a defendem, passional ou racionalmente. Marina tem uma expressão musical consciente e isso importa muito mais que técnica vocal. E todos tem o dever de defendê-la.

Mesmo que seja eu!


THIAGO HENRICK



terça-feira, 27 de setembro de 2011

CARREIRA NO CLÍMAX: MARINANDO NOS LANÇAMENTOS!

Homenagem do Som Brasil a Marina Lima


2011
já é um ano histórico na carreira de Marina Lima. Primeiro, houve uma homenagem à cantora realizada pelo Som Brasil, onde a diva cantou junto a amigos como Sandra de Sá (Virgem e À Francesa), Seu Jorge (Fullgás), dentre outros, num verdadeiro e delicioso encontro musical. E também marca pelo lançamento de dois projetos muito especiais envolvendo o nome da cantora: o disco "Clímax" e a homenagem comandada por Zé Pedro: "Literalmente Loucas - as canções de Marina Lima" (gravadora Joia Moderna), onde 12 novas vozes da MPB revisitam a deliciosa carreira da cantora. O EnTHulho vai apresentar os projetos para quem ainda não conhece, contando uma vez mais com a ajuda magnífica do amigo Márcio Nicolau, fã fervoroso que vive com "febre" de Marina.




"Algumas poucas palavras quanto ao Climax, confesso: a primeira audição teve gosto amargo. E não é que eu esperasse um disco doce. “Doce De Nós”, eu já sabia, era uma das mais salgadas, por assim dizer. Sem falar que Marina pra mim nunca foi mesmo sem sal. Mas é que tanta perspectiva nova, às vezes, soa indigesta. Como assim “Não me venha mais com amor”?! Ruminei. E até virem “As Ordens do Amor” não digeri. Mas bastou apurar o sabor! Sua música é mesmo onde eu me farto! E a certa altura, claro, o disco teve gosto palatável. Sua voz me sustenta."

MÁRCIO ALMEIDA NICOLAU



Gosto de discos que me causam sensações.
"Clímax" me causou desconforto à primeira audição. Nada comum, o 19º álbum da carreira da Marina vem repleto de novas conexões da cantora, com Samuel Rosa, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto e Karina Buhr. Há de se destacar a reinvenção da obra da cantora, que prova que não está nem aí pra mídia que tenta "relançá-la" a cada trabalho/projeto novo desde a década de 2000. Ela não precisa disso. Tem consciência de sua função musical e corre atrás de se aprimorar, garimpando seu próprio ouro com assoviáveis e ousadas inserções sonoras. Uma artista que prefira qualidade musical a hits fáceis para estourar nas rádios (puxão de orelha assumido na nova música lançada por Marisa Monte) sempre terá meu respeito. Portanto, o relato do Márcio, transcrito logo acima, prova exatamente isso: que o gosto "Marina", ainda que bebido em taças diferentes não é modificado. É a crosta dura da primeira mordida em um bombom, que logo em seguida sente o suave sabor de licor...

P.s.: Ainda que não tenha sido um disco pra vender feito água nas mídias,
"Pra Sempre", parceria com Samuel Rosa, foi indicado ao "melhor vídeo" do Vídeo Music Brasil, da MTV!




Zé Pedro, o DJ apaixonado por cantoras, está à frente deste projeto produzido por Patrícia Palumbo e lançado pela Joia Moderna em Agosto deste ano. Trazendo 12 cantoras cantando um repertório menos óbvio de Marina, o disco recebeu elogios de vários críticos especializados e prima por qualidade - em ótimos arranjos. Não é à toa que passou o mês inteiro de homenagens a Marina Lima estampado na barra lateral do EnTHulho, como a indicação musical do mês. Minha versão preferida é Anelis Assumpção (filha de Itamar) dando "sustância" à já ótima "À Meia Voz", música de Marina que amo, pertencente ao disco "Registros à Meia-Voz" (1996). Abaixo, a relação completa das cantoras e das músicas respectivas, além de meus comentários a cada uma.



01) Tulipa Ruiz – Memória fora de hora - Oriunda do disco "Simples como fogo (79), Tulipa traz, na abertura do disco, a inflamação convidativa que já deixa o ouvinte inebriado e extasiado.
02) Andreia Dias – Quem é esse rapaz - Vinda do "Certos Acordes" (81), foi revitalizada pela promissora Andreia.
03) Bárbara Eugênia – Por querer (todas) - A grande homenagem ao rock oitentista fica por conta de Bárbara Eugênia, que já esteve aqui no EnTHulho na matéria sobre a nova MPB (clique aqui). A faixa pertence ao Lp "Todas";
04) Márcia Castro – Meu doce amor - Vários amigos pessoais meus são fãs incondicionais da obra de Márcia, na qual ainda estou engatinhando, embora curioso e surpreso a cada nova descoberta. A voz da baiana se aproxima bastante a de Marina, o que deu um tom mais "doce" ao doce amor em questão.
05) Karina Zeviani – Confessional - A obscura música do disco "Virgem" (87), ganhou um tom mais leve com a voz tranquila e linear de Karina.
06) Graziela Medori – Bobagens, meu filho, bobagens - Talvez a única do disco que realmente não gostei. A versão ficou muito aquém da original, na minha humilde opinião. É a ovelha negra (sem desprezar o talento da novata Graziela)
07) Anelis Assumpção – À meia voz - Ratificando, minha preferida. A original, pra mim, é a melhor do "Registros", e só uma versão arrebatadora poderia se equivaler. Bem, ela veio e eternizou!
08) Nina Becker – O meu sim - Do ótimo "Marina Lima" (91), Nina deu uma roupagem totalmente atraente à pouco conhecida música. Transpareceu, ainda assim, a afinada sintonia com a versão original.
09) Karina Buhr – Tão fácil - Outra do "Simples como fogo" (79), trazendo a já "chapa" de Marina, Karina Buhr, outra que apareceu na lista de melhores novas cantoras do EnTHulho, arrasando mais uma vez!
10) Iara Rennó – Alma caiada - Gravada por Zizi Possi em 79, "Alma Caiada" ganhou mais vida na voz de Iara Rennó (que eu não conhecia), traduzindo a beleza da parceria dos irmãos Cícero e Marina.
11) Joana Flor – Seu nome - Um delicioso sambinha quase raiz! Não conhecia Joana Flor, mas ela certamente floriu o repertório - com flores de cores concentradas!
12) Claudia Dorei – O solo da paixão - Mais uma ilustre desconhecida de TH, com uma versão muito melhor da original, gravada no "Registros à Meia-Voz", onde corrige a falta de voz de Marina Lima na época, fechando o disco com chave de ouro.


Ficou animado com os lançamentos? Corra até a loja especializada mais próxima!


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PRA SEMPRE
Marina Lima. Samuel Rosa

Acho que agora vejo
Acho que eu encontrei
O que havia e sempre procurei
Não veio das montanhas
Nem tava nesse mar
Mas de um clarão no seu olhar

Tive histórias tristes
eu só bem sei
mas que o tempo fez transformar

Só assim pra sentir o beijo
Só assim para reconhecer
A diferença entre os outros e você

Como vale arriscar na vida
como é bom amadurecer
e te encontrar assim por merecer

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Sei que agora vejo
Sei que eu encontrei
O que havia e sempre procurei

Tendo você comigo
Há muito pra sonhar
E o universo inteiro
pra alcançar

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre



TH- No clímax musical!


domingo, 25 de setembro de 2011

TEMA DE NOVELA ESPECIAL: DOSSIÊ MARINA LIMA!




[Post escrito originariamente em 19/09/2010]


A “virginiana” mais famosa do mundo da música brasileira completou na sexta feira 55 anos!
Como forma de homenagem, a seção TEMA DE NOVELA trouxe não apenas um, mas DEZ momentos de Marina no mundo das produções teledramatúrgicas. Sua voz roquinha e sensual já protagonizou inúmeras cenas de nossa telinha, assim como também uma abertura histórica. Com a carreira iniciada no fim da década de 70, a jovialidade e o espírito “roqueiro” da moça, bem sustentados pela sábia parceria com do poeta Antônio Cícero rendeu vários discos, hits e trilhas sonoras especiais - dando ênfase nos anos 80, onde seu nome chegou a liderar no ranking feminino das maiores artistas da década.
Sem delongas, vamos ao TOP 10 de TH dos temas marcados pelo talento da emocionante cantora. E, claro, parabenizá-la, ainda que tardiamente, pelo aniversário. Muita luz pra ela que é um grande nome na música brasileira, sem dúvidas!
Nota: é um TOP 10 afetivo e exemplificativo. A moça tem MUITO mais a oferecer nas novelas!



1) PRA COMEÇAR (Roda de Fogo, Globo, 1986)


Uma das melhores músicas de abertura de novela. A letra barra-pesada condizia muito bem com a intrigante abertura, e também com o clima mais “sério” da trama de Lauro César Muniz. As pesadas guitarras poderiam causar estranheza numa abertura, mas casou perfeitamente. Tudo se harmonizou e hoje é um dos temas de introdução mais lembrados. Uma curiosidade é que nunca vi lançada a versão de estúdio – justamente a que aparecia na abertura. A versão do disco é a mesma versão “ao vivo” do disco “Todas ao Vivo” de 1986. Mistérios da música brasileira...
Destaque pro famoso “AU” disparado pela cantora no início (risos).


2) À FRANCESA (Top Model, Globo, 1989)

Essa é daquelas que não se dá pra dissociar da novela e vice versa. À Francesa era a cara de Top Model! Canção ensolarada, jovial, sexy – e combinava demais com o tom das passarelas que a trama apresentava, e também caía como uma luva para a protagonista Duda (Malu Mader). Aliás, a voz de ambas – Malu e Marina - são bem rouquinhas e se parecem mesmo! Quem não se lembra de Duda arrasando como modelo ao som de “se eu te peço pra ficar ou não, meu amor eu lhe juro...”. Ótima!

“..mas os momentos felizes, não estão escondidos. Nem no passado, nem no futuro...”



3) EU NÃO SEI DANÇAR (Perigosas Peruas, Globo, 1992)


Num momento mais intimista, esta música (integrante do disco Marina Lima, de 1991, meu predileto) pontuava as cenas de Cidinha (Vera Fisher), uma das peruas do título da novela de Carlos Lombardi. A própria Marina nos presenteou com uma festejada participação na trama, cantando a canção, que versa sobre a “desintonia” entre duas pessoas de ritmos opostos.

“...e tudo o que eu posso lhe dar é solidão com vista pro mar, outra coisa pra lembrar...”



4) FULLGÁS (Vereda Tropical, Globo, 1984)

Não acompanhei Vereda Tropical nem tenho informações de se Fullgás foi um uma música recorrente na novela. Algumas pessoas me disseram que foi tema da personagem de Cristina Mullins, “Léo”. De qualquer forma, destaco-a aqui por que tem o LP nacional da novela aqui em casa e era uma das músicas que mais ouvia quando pequeno. E, claro, foi a que praticamente projetou Marina no mundo do Pop rock brasileiro – quase um divisor de águas na sua carreira. Também integrou a trilha de “Cobras & Lagartos”, de 2006.

“Meu mundo você é quem faz...música, letra e dança...”



5) PESSOA (Fera Ferida, Globo, 1993)

Uma das baladas mais sensíveis lançadas da década de 90, certeiramente disposta prum casal romântico jovem de “Fera Ferida” – o lixeiro gago Fabrício (Murilo Benício) e Isoldinha (Anna de Aguiar).Pessoa” e a novela ajudaram o disco “O Chamado” a ser um dos recordistas de vendagens da cantora. Quase um auge profissional que, infelizmente, não conseguiu ser sustentado em seus trabalhos seguintes...

“Olhar você...e não saber...que você é a pessoa mais linda do mundo...”




6) CHARME DO MUNDO (Sétimo Sentido, Globo, 1982)

Tal qual “Vereda Tropical”, mais uma vez eu não contemplei uma trama pra saber se a música era recorrente ou não. E agora com mais pesar ainda: adoraria ter contemplado essa obra de Janete Clair, e gostaria muito de saber se “Charme do mundo’, que tem cara de tema de novela, foi aproveitada ou não. Claro que conta também ter aparecido na (péssima) novela “A Pequena Travessa”, do SBT, mas minha curiosidade maior é pela trama de Janete. Amigos noveleiros musicais, ajudem-me! O disco nacional é ótimo e também sonorizou minha infância.

“Acho que o mundo faz charme e ele sabe como encantar”



7) VENENO (Livre Pra Voar, Globo, 1984)

Se há uma música que confirma o talento de Marina para ser trilha sonora, é Veneno. Foi feita sob encomenda pra Danilo (Carlos Augusto Strazzer) e Helena (Dora Pelegrino), de “Livre Pra Voar”, marcando perfeitamente a trama de Walter Negrão. Por minha vez, associo bastante a canção à minha mana - não que ela seja venenosa (risos), mas porque ela sempre dizia que a melhor música de Marina – a que mais lhe traduzia, era essa!



"Veneno...não me beije...eu tenho veneno..."


8) ACONTECIMENTOS (O Dono do Mundo, Globo, 1991)

Na novela “O Dono do Mundo”, de Gilberto Braga, , o tema de Taís (Letícia Sabatella) e Beija-Flor (Ângelo Antônio) era por excelência “Codinome Beija-Flor”, na voz de Luiz Melodia. Mas pras cenas de Tais sozinha, Marina Lima “acontecia” lindamente, numa sensível composição conjunta com Antônio Cícero. Adorava!


"E o que é que há com nós dois amor? Me responda...depois...me diz por onde você me prende?"


9) CORAÇÕES A MIL (Baila Comigo, Globo, 1981)


A música abria a trilha nacional da novela de Manoel Carlos e era largamente utilizada pras cenas do ótimo casal formado por Lauro Corona (Caê) e Beth Goulart (Débora). Mais “do começo” de carreira de Marina, a música hoje é pouco lembrada, mas foi executada à exaustão nas rádios daquele ano.


"Minhas ambições são dez...dez corações de uma vez pra eu me apaixonar"



10) NADA POR MIM (TI TI TI, Globo, 1985)


Dessa eu me lembro como ontem. Tema da primeira Jaqueline (Sandra Bréa – personagem correspondente à atual de Claudia Raia na versão 2010), “Nada por Mim” é talvez o mais romântico dos temas de Marina. Parceria de Paula Toller e Herbert Vianna na composição, Marina arrebatou casais românticos na década de 80 com esse verdadeiro hino.


"Você me tem fácil demais, mas não parece capaz, de cuidar do que possui..."




CURIOSIDADES/MENÇÕES HONROSAS


Nosso Estranho Amor’ É uma das músicas de Marina que mais gosto. A parceria com Caetano Veloso é divina e sublinhou bem o casal Amanda (Maria Cláudia) e Renato (José Wilker), de Plumas e Paetês. Por razões de espaço e de eu realmente não ter acompanhado seu sucesso anacronicamente com a trama, não integrou o top 10.

A Marina – só como intérprete, também tem vez no mundo das trilhas sonoras, e de maneira duplicada. Original de Cazuza, “Carente Profissional’, ganhou uma bela roupagem na voz da cantora, com direito a um ótimo solo de suaves guitarras. A música – que abre o disco “O Chamado”, foi integrante das novelas “A Idade da Loba” (Band”) e 74.5 uma onda no ar (Manchete). Porém, só vi a última e não consigo associá-las.
Outra de Cazuza que Marina canta é “Preciso Dizer que te amo”, tema de “Bebê a Bordo", e integrante do disco “Virgem” – LP, aliás, que renderia bem mais temas de novela. Eu adoraria ver “Pseudo Blues”, por exemplo, em alguma cena de alguma produção.

Mais feitos de Marina intérprete: Emoções (Roberto e Erasmo Carlos) como tema de “Voltei Pra Você” (1983),Doce Vida”, de Rita Lee, como tema da personagem título de “Marina”(1980), interpretada por Denise Dumont.

Outro tema de abertura histórico de Marina: "Tão Beata, Tão à Toa", de Corpo a Corpo.

Deixa Estar”, faixa integrante do álbum “Pierrot” do Brasil, já demonstrava os problemas com a voz que Marina teve na década de 90. Ainda assim, não deixou de encantar cenas sensualissimas na minissérie “Labirinto”, de Gilberto Braga, em 1998.

Marina já tirou leite de pedra! Deu uma dignidade enorme à música “Beija-Flor”, gravada pelo Timbalada, e foi tema de duas novelas: “Perdidos de Amor”, na BAND (1996) e “Cama de Gato” (Globo, 2009).

Em determinado episódio da série “A Justiceira”, um assassino matava suas vítimas ao som de “Mesmo que seja eu” - o título da música é título também do referido episódio. Frustrante homenagem pruma música tão boa, apesar de haver contexto na inspiração do assassino, pois a música fala de ilusões, castelos, e a vontade dele era quebrar tudo isso!

1 noite e ½ foi um hit absoluto na década de 80 também integrava o disco “Virgem”. No entanto, só veio ser trilha sonora na de 90, na minissérie “Contos de Verão” (1993).

Alguns temas não condiziam mesmo com os personagens e as ações dos mesmos em cena. Não que deva existir por obrigação essa correspondência – normalmente dos temas só se aproveita a musica, não as letras. Mas é que há casos bem gritantes! Eu me recordo de pelo menos três com Marina: em “Explode Coração”, a ótima “Admito que perdi” era tema da desequilibrada e neurótica Vera, de Maria Luiza Mendonça. Já em “O Clone”, a fantástica “No Escuro” era utilizada pra insossa e interesseira Karla (Juliana Paes). E em “Quatro por Quatro”, a faixa título do disco “O Chamado” abria também a trilha nacional da novela, porém não tinha nada a ver com a personagem Suzana, de Helena Ranaldi.


VALE A PENA CONFERIR:


Foi lançada em 2007 uma compilação de hits de novela da cantora, pela Som Livre. Consegue fazer uma razoável reunião com os principais temas da moça. Compilação incompleta, porém orgânica!










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PRA COMEÇAR
Marina e Antonio Cícero


Pra começar
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo

Pátrias, Famílias, Religiões
E preconceitos
Quebrou não tem mais jeito

Agora descubra de verdade
O que você ama...
Que tudo pode ser seu

Se tudo caiu
Que tudo caia
Pois tudo raia
E o mundo pode ser seu

Pra terminar.
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo...



TH - O mundo é NOSSO!



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DE OLHO NO ROCK IN RIO 2011!


A corrida pro Rock In Rio 2011 já está a todo vapor. Nessa sexta-feira (23), as festividades começam e, claro, não se agrada gregos e troianos. Mas é o histórico do festival - as reclamações existem desde a primeira edição em 1985 (ou quem não se lembra das vaias para Erasmo "Tremendão" Carlos, que apareceu todo vestido de roqueiro para cantar baladinhas como "Gatinha Manhosa"?). Talvez o problema esteja na distribuição das atrações, nos artistas de cada dia e, principalmente, na reunião dos fãs deles. Medina que melhore na organização...
E rock? Eu já nem me atenho mais nessa discussão. O nome enfoca o estilo musical por ser prioridade em todas as edições, mas o que se vê, felizmente, é a reunião de vários ritmos e estilos, agradando gregos e troiano (e desagradando mais ainda!).
O próprio estilo é controverso. Não são guitarras que definem que tal sonoridade é rock, e sim a atitude do artista. Mas vai explicar isso para roqueiros descerebrados, que, infelizmente, é a maioria.

O EnTHulho fez um resuminho do que aconteceu em edições passadas e fica na espreita: qual a expectativa para a atual - quais serão os acontecimentos históricos dessa vez?



1ª EDIÇÃO: 1985

A grande novidade!!! A primeira edição marcou por inúmeros fatores, dentre eles o fato do Rock Nacional estar no auge, com bandas marcando ponto forte de suas carreiras naquele mesmo período. O que não impediu, claro, que a MPB convergir em harmonia, certo? Errado. O politicamente incorreto começou com tudo naquela mesma primeira edição, sobretudo os metaleiros que, além de rechaçar Erasmo Carlos como já foi dito, se frustraram quando Ozzy Osbourne não comeu nenhum morcego.
Ney Matogrosso é uma das lembranças mais vivas do festival, mostrando sua conhecida ousadia de quem estava com a carreira em voga. Pepeu Gomes e Baby Consuelo também se apresentaram na noite da estreia.
Elba Ramalho (que havia sido, no mesmo ano, condecorada a melhor artista do Brasil), Ivan Lins (que quase perdeu a voz no festival e contou com a ajuda do público - saiu do evento se sentindo "vitorioso") e Gilberto Gil foram os artistas nacionais que se apresentaram no segundo dia.
O Rock Nacional mostrou sua cara, enfim, no terceiro dia, com o trio Lulu Santos (que teve sua grande parcela sim na "invenção" do rock nacional, apesar das baladinhas que tocou no evento - vide "De Repente California"), Paralamas do Sucesso (que foi considerada a grande revelação do festival e mais tarde se tornaria uma das maiores bandas do rock brasileiro) e a Blitz (Evandrão e sua trupe eram a cara daquela época). Detalhe que os Paralamas, convidados de última hora, prestaram ainda homenagem a bandas que não foram convidadas ao festival, como o Ultraje a Rigor, cantando o hit deles "Inútil".

Os siameses Alceu Valença e Moraes Moreira foram os brasileiros do quarto dia do festival. No quinto, Kid Abelha (Paulinha e Leoni, o casal sensação - e a banda ainda tinha "Os Abóboras Selvagens - estava na moda curti-los), Erasmo (relegado a este dia), Eduardo Dusek e Barão Vermelho. A banda de Frejat e Cazuza foi o único grupo brasileiro que não foi vaiado e conseguiu arrancar aplausos dos fãs de heavy metal interessados nos shows de AC/DC e Scorpions. No mesmo dia, ocorria em Brasília, no Colégio Eleitoral, a eleição presidencial indireta que escolheu Tancredo Neves como novo presidente, dando um grande passo na redemocratização do país. O palco e a plateia contavam com várias bandeiras do Brasil. O então guitarrista e atual vocalista Frejat subiu ao palco usando uma calça verde e uma camisa amarela, e a banda fechou o show tocando "Pro Dia Nascer Feliz", com o coro uníssono da platéia no refrão. Madame Rita Lee dava o ar de sua graça no sexto-dia, com seu repertório repleto de temas de novela e consciente que muitos estavam lá aguardando a postura debochada da rainha, conhecida de décadas com os Mutantes e Tutti-Fruti. Divou - e não poderia ser menos! O apresentador desta edição também estava nas alturas em termos de popularidade: o geração saúde Kadu Moliterno! E as profecias de Nostradamus pairaram sobre o primeiro Rock In Rio: tudo por causa de uma previsão de que uma tragédia mataria inúmeros jovens naquele Janeiro de 1985. Muita gente deixou de ir ao festival por conta disso... e estão fulos da vida até hoje!


2ª EDIÇÃO: 1991

Em razão do sucesso da primeira edição, o Rock in Rio deixou um gostinho de espera. Mas é um engano acreditar que os roqueiros brasileiros teriam de esperar a pela segunda realização do evento para conferirem a performance de astros internacionais do rock. Em 1988 e em 1990, apesar das adversidades econômicas, o Brasil recebeu o festival Hollywood Rock. Bandas como Bon Jovi, Supertramp e Bob Dylan passaram pelo país e fizeram grandes celebrações musicais.
A segunda edição do evento foi realizada no estádio de futebol Maracanã, cujo gramado foi adaptado para receber o palco e os espectadores (700 mil pessoas, em 9 dias de evento).
Infelizmente, as expectativas maiores do segundo RIR eram as bandas internacionais - a coisa é bem brasileira: prestigiar em demasia o que é de fora e desvalorizar as pratas da casa. Pensando nisso (ou no cachê, vai lá saber), houve um acréscimo muito maior de artistas brasileiros nas atrações: Alceu Valença, Capital Inicial, Ed Motta, Elba Ramalho, Engenheiros do Hawaii, Gal Costa, Gilberto Gil, Hanói Hanói, Inimigos do Rei, Laura Finokiaro, Leo Jaime, Lobão, Moraes & Pepeu, Nenhum de Nós, Orquestra Sinfônica, Paulo Ricardo, Roupa Nova, Sepultura, Serguei, Supla, Titãs, Vid e Sangue Azul.

Mas não teve jeito: as atenções estavam mesmo todas voltadas para as bandas de metal e pros selvagens Guns N' Roses, que foram os campeões absolutos do evento. E mais: o pop estava também em alta com atrações como A-HA (aclamadíssimos os noruegueses, que fizeram o melhor show de sua carreira), Dee-Lite (Groove Is In The Heart...ah ah ah...), Information Society, Lisa Stansfield e George Michael, este último com participação de sua antiga banda, o Wham!. Os brasileiros ficaram mesmo em segundo plano, com exceção do Sepultura, que vivia um grande momento na carreira, devidamente ovacionado pela massa "pesada". Algumas bandas, como os Engenheiros do Hawaii, chegaram a ser boicotados pela imprensa brasileira, isso porque estavam estourados naquele começo dos anos 90 com o hit "Era Um Garoto Que Como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones". Os gaúchos, que eram idolatrados pelos fãs, sequer foram citados na FOLHA, por exemplo. Capital Inicial, Biquini Cavadão (a pior de todas, segundo votações) e Titãs não tiveram o merecido respeito ante as atenções inteiramente voltadas para as atrações internacionais.


3ª EDIÇÃO: 2001


Eu considero, diante de tudo o que li a respeito de todas as edições, a terceira edição a mais histórica. Foram muitos bafões e shows lendários (adoraria ter contemplado Neil Young, R.E.M. e Oasis, por exemplo). E a coisa já começou com polêmica: O Rappa se sentiu desprestigiado com as negociações do festival, onde artistas brasileiros "abririam" pros estrangeiros, isso porque foram convidados sob os holofotes. "Alegavam que éramos as estrelas do festival", dizia o produtor da banda. Quando as negociações não deram certo, o grupo comunitário pulou fora, acompanhado, em protesto, de outras bandas brasileiras como Raimundos, Charlie Brown Jr, Jota Quest, Skank, Cidade Negra e Os Paralamas do Sucesso, em solidariedade.
Nesta ocasião, os organizadores decidiram construir uma nova "Cidade do Rock", no mesmo local onde fora a primeira, com a inédita capacidade de 250 mil espectadores por dia e "tendas" alternativas onde realizaram-se concertos paralelos aos do palco principal. Havia tendas de música eletrônica ("Tenda Eletro"), música nacional ("Tenda Brasil", na qual artistas brasileiros apresentavam-se), música africana ("Tenda Raízes") e música mundial ("Tenda Mundo Melhor"). O evento recebeu a legenda de "Por Um Mundo Melhor", o que se marcou com o ato simbólico de observação de três minutos de silêncio antes do início das apresentações no primeiro dia do evento. Às 19 horas daquele dia 12 de janeiro de 2001, três mil rádios e 522 TVs silenciaram pela melhoria do mundo. O início e o fim do ato foram marcados pelo toque de sinos e pela libertação de pombas brancas, representando um pedido pela paz mundial.
Milton Nascimento abriu o festival e fez as pessoas bocejarem - o lugar de Milton (que eu adoro), infelizmente não era ali...
O Capital Inicial foi convocado de última hora e fez um show beirando o extraordinário - garantindo a força dos brasileiros, tão defasados com a desistência das fortes bandas.

Carlinhos Brown entrou para a história do festival devido a "noite das garrafadas". Convidado para o terceiro dia de apresentações, o cantor baiano, especializado no estilo conhecido como "Axé music", foi hostilizado pelo público presente, que o atacou a garrafadas enquanto gritava "queremos rock!". O fato repercutiu de maneira extremamente negativa e o cantor vociferou contra os pseudo-roqueiros: "um bando de playboyzinhos tratados com "Toddy" e posando de roqueiros, tem vergonha de música genuinamente brasileira!".
Cássia Eller, junto ao Nação Zumbi, fez um espetáculo memorável - parecia que sabia que tinha que aproveitar, já que nos deixaria, infelizmente, naquele ano. Cassião ainda foi elogiada por Dave Growl (Foo Fighters e ex baterista do Nirvana), que ficou impressionado com a performance pesada da cantora para "Smells Like Teen Spirit". Cassião (que havia mostrado os seios) tascou um beijão em Dave!
O Ira e o Ultraje a Rigor fizeram uma apresentação conjunta. Pato Fu, que temiam ser os hostilizados da vez pelos fãs de Guns N' Roses (que se apresentariam no mesmo dia), não fizeram feio e conquistaram com seu pop rock de isopor. Fofinhos fofinhos! E o Sepultura reinou novamente, conquistando a massa metaleira na chamada "noite do metal".
As atrações internacionais, uma vez mais, imperaram, mas também o "casting" estava excelente: Oasis, Neil Young, Rob Halford, R.E.M., Sheryl Crow, Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers, Silverchair...e tivemos a "noite teen", com Sandy & Junior, Britney Spears (as pessoas pagaram para ouvir o cd dela), N' Sync, Five e Aaron Carter, que dispensam (negativamente) comentários...
Nota final: a Globo pagou um mico tremendo ao escalar Márcio Garcia como comentarista oficial de rock. Márcio, mesmo já tendo passado pela MTV, não entende patavinas de música. Lembro-me, com vergonha alheia, quando foi entrevistar Zélia Duncan, que estava na plateia, e a cantora deu uma aula musical pra ele sobre o show de Sheryl Crow, o qual o global, minutos antes, havia espinafrado. Feio...


4ª EDIÇÃO: 2011

Após dez anos da terceira edição, acontece a quarta, exatamente nesta sexta feira! Inicialmente previsto para 2014, para coincidir com o ano da Copa do Mundo FIFA de 2014, que será realizada no Brasil, seu lançamento foi adiantado em três anos, a pedido da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. A prefeitura deverá construir um novo local permanente que permitirá uma maior periodicidade do evento. Segundo Roberto Medina, "Com o novo local, que também ganhará o nome de Cidade do Rock, o Rock in Rio poderá acontecer a cada dois anos, da mesma forma que é o Rock in Rio Lisboa." O espaço não servirá apenas para o festival, será multiuso e poderá abrigar outros shows e eventos.


Posso soar saudosista, mas eu me recuso crer que bandas como NX Zero são as representantes do rock atualmente. O evento não me desperta grandes expectativas por isso, mas, no fundo, acredito positivamente na força da atração, que sempre foi capaz de gerar histórias lendárias no mundo da música, e é reconhecida mundialmente.
Obs.: Quem também estará no festival será a Legião Urbana! Pois é! Logo a banda de Renato Russo, que detestava festivais, será homenageada de maneira póstuma!
Abaixo, a lista de atrações desse ano (retirada do Wikipedia, logo, sujeita a correções!). Particularmente, gostei bem mais das do tal "Palco Sunset". O EnTHulho Musical voltará a falar do evento quando o mesmo acabar, a título de "balanço final".

Muito rock (e outros estilos) pra vocês!

Palco Mundo

23 de setembro de 2011

24 de setembro de 2011

25 de setembro de 2011

29 de setembro de 2011

30 de setembro de 2011

1 de outubro de 2011

2 de outubro de 2011


Palco Sunset



23 de setembro de 2011 - Dia Pop

24 de setembro de 2011 - Dia Rock

25 de setembro de 2011 - Dia Metal

29 de setembro de 2011

30 de setembro de 2011

1 de outubro de 2011 - Dia Rock Alternativo

2 de outubro de 2011



INFORMAÇÕES; Almanaque dos anos 80 (Luiz André Alzer e Mariana Claudina), Revista Bizz e depoimentos de amigos!


TH - Entrando no clima!

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