segunda-feira, 24 de novembro de 2014

XARÁ GÂTEAU


Thiago Pethit


"Achei Marcelo Camelo", disse uma. 

"Achei forte, e pesado", disse outra (sobre o censurado clipe de "Moon". Aliás, louvo o VEVO por permitir sua exibição, que sirva de exemplo para as gravadoras). 

"Achei demais, nem parece música brasileira", Derrapou outra. 

Em meio a opiniões plurais, uma segue uníssona: o xará é criativo. É novidade na música brasileira.

Só que essa "novidade" já chega a seu terceiro álbum, "Rock’n’roll Sugar Darling", lançado há duas exatas semanas. E a quantidade de pessoas que não conheciam seu trabalho é imensa, uma vez que suas divulgações tem sido praticamente (apenas) virtuais.

Sobre o álbum, eu, que acompanho seu trabalho desde 2012, fiquei satisfeito com a ausência de pudores em arriscar. E também com a decisão camaleônica, propondo-se, aqui, a assumir um lado rock de verdade, sem culpa, sem a necessidade de parecer MPB-Cult. Essa ausência total de vínculos e rótulos me faz ser ainda mais fã.


" Eu não diria que estas coisas sejam elementos cênicos. Elas são a expressão artística daquilo que eu sou. Não é um personagem. Essas ideias, essa encenação e até mesmo essa afetação, são propostas visuais, mas são também o meu conteúdo existencial e, sobretudo, sonoro. Portanto, uma coisa não só interfere na outra, como faz parte uma da outra. Afetação é sinônimo de amaneirado e malicioso, deriva do verbo afetar, impressionar, sensibilizar e é antônimo de do que é natural, simples e singelo. Porque me incomodaria? Esse é o questionamento que eu faria a quem acha que isso seria um rótulo desagradável. Porque a afetação ‘assusta’ ou ‘incomoda’ tanto? Ela incomoda aos outros, não a mim. Eu sou afetado. O meu som é afetado. Propositadamente afetado. Se me rotularem como tal, será um ponto pro meu time. A afetação é uma das minhas armas, sonora e artística, contra uma música e um mercado cultural que produz heróis desafetados e desinfetados, prontos para estrelar um comercial de margarina, uma campanha antitabagista, pró-saúde, família e propriedade." , revelou, ao "Cultura PE", ano passado. 

Bom, ainda não foi dessa vez que o EnTHulho Musical conseguiu entrevistá-lo, mas não iremos desistir. Por ora, que tal (re)ouvirmos o primeiro single do novo disco do "Romeu" da música?


ROMEO
Thiago Pethit


Baby, eu acho foda quando você passa
Vejo um mundo em chamas
E eu sou tua fumaça
E eu não sei pedir que queime devagar
Mas eu sei muito bem aonde quero chegar

Baby quando eu te vi eu não soube dizer
Se queria matar ou se queria meter
Você foi o mais perto que eu cheguei de morrer
E se for pra morrer eu vou, eu vou, eu vou

Oh Romeo Romeo Romeo
Ah Romeo Romeo Romeo
Ah ha Romeo Romeo Romeo
Ah ha Romeo Romeo Romeo

Esse teu jogo é sujo desde o começo
Isso pouco importa, mas por isso eu te peço
Quero entrar no teu carro e fugir com você
Você foi o mais perto que cheguei de morrer.




TH - Olha, rapaz...


Um comentário:

  1. Thiago Pethit me ganhou desde Moon!
    Gosto do que o move. Gosto de como ele se despe nas canções. Gosto desse despudor que em nada é desrespeitoso.

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