quarta-feira, 17 de novembro de 2010

INTERNACIONAL ESPECIALMENTE CONVIDADA: VIOLETA PARRA!

A poetisa chilena nos brinda com "verdades musicadas" de alcance mundial!


E eis que, como sabem, o EnTHulho é um blog de música brasileira em sua essência. De todos os tipos, todos os estilos (ops...pagode ainda não...rs) e com os mais variados artistas brazucas. No entanto, volta e meia trago aqui alguns artistas internacionais que, de certa forma, tem a ver com o universo nosso, seja nas afinidades, seja nas composições gravadas ou parcerias realizadas. Foi assim com Nuno Mindellis, Madredeus...a comunicabilidade da nossa música com as demais do mundo é espetacular.
Nesse meio, trouxe hoje algumas considerações sobre a poetisa chilena Violeta Del Carmen Parra Sandoval, ou simplesmente Violeta Parra. Decidi falar dela por ter revisto, no youtube, um vídeo de Milton Nascimento, em dueto com Mercedes Sosa (que já teve a merecida homenagem também aqui no EnTHulho), cantando a belíssima canção Volver a Los 17, de autoria de Violeta.

Abaixo, uma breve biografia da chilena, baseada no texto do Wikipedia Brasil:


"Nasceu em San Carlos, província de Ñuble. Realizou seus estudos escolares até o segundo ano do secundário, abandonando-os em 1934, para trabalhar e cantar com seus irmãos em bares e circos, desenvolvendo uma importante carreira musical, como autodidata, a partir dos 9 anos. Em 1938, casou-se pela primeira vez e dessa união, teve dois filhos, Isabel e Ángel, que também viriam a se tornar compositores e intérpretes importantes. Viveu em Valparaíso entre 1943 e 1945, e voltou a Santiago, para cantar junto com seus filhos. Em 1949 voltou a se casar e teve duas filhas dessa nova união. Em 1952 começou a pesquisar as raízes folclóricas chilenas e compôs os primeiros temas musicais que a fariam famosa. Em 1954, quando já tinha o seu próprio programa de rádio, começou um rigoroso estudo das manifestações artísticas populares. Durante o ano de 1955 visitou a União Soviética, Londres e Paris, cidade onde residiu por dois anos. Realizou gravações para a BBC e os selos Odeón e "Chant du Monde". Em 1957 radicou-se em Concepción, voltando a Santiago no ano seguinte para começar sua produção plástica. Percorreu todo o país, recompilando e difundindo informações sobre o folclore. Em 1961, mudou-se para a Argentina, onde fez grande sucesso com suas apresentações. Voltou a Paris e ali permaneceu por três anos, percorrendo várias cidades da Europa, destacando-se suas visitas a Genebra. Em 1965 voltou ao Chile, viajou para a Bolívia e, ao regressar a seu país, instalou uma grande tenda na comuna de La Reina, com o plano de convertê-la em um centro de referência para a cultura folclórica do Chile, juntamente com os filhos, Ángel e Isabel, e os folcloristas Patricio Manns, Rolando Alarcón e Víctor Jara, entre outros. No entanto, a iniciativa não obteve sucesso. Emocionalmente abatida pelo fracasso do empreendimento e pelo dramático final de um relacionamento amoroso, Violeta Parra suicidou-se em 5 de fevereiro de 1967, na tenda de La Reina."

COMENTÁRIO DE TH: Falando agora de sua obra, numa breve pesquisa musical que fiz (compreendendo fazer downloads de alguns sucessos seus), notei que grande parte de seu repertório, semelhante ao de Mercedes Sosa, destina-se a fazer duras críticas sociais contra injustiças - alguns indo até o fundo da alma dilacerada dos oprimidos ("Rin de Angelito", por exemplo, narra a morte de um bebê miserável)...Pode-se dizer que ela deu voz aos mais fracos em inúmeros momentos, e que criou com efeito a música popular folclórica chilena - de alcance mundial. No entanto, resta também espaço para dizer através da música suas lamúrias do coração, com verdadeiras poesias musicadas.
Aqui no Brasil, Elis Regina gravou a antológica "Gracias a La Vida". Acredito este ter sido meu primeiro contato com Violeta. Num projeto em Curitiba, no ano de 2005, fiquei encantado ao ver (pela internet, lógico), a atriz Letícia Sabatella (de quem sou grande fã), entoando seu belo timbre para cantar um sucesso da artista e, por fim, temos o já mencionado dueto com as vozes celestiais de Milton e Mercedes, cuja letra vem a seguir.



Violeta: alma melancólica e atormentada a fez cometer suicídio em 1967



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VOLVER A LOS DIECISIETE
Violeta Parra. Milton Nascimento e Mercedes Sosa

Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
Es como descifrar signos sin ser sabio competente,
Volver a ser de repente tan frágil como un segundo
Volver a sentir profundo como un niño frente a Dios
Eso es lo que siento yo en este instante fecundo.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Mi paso retrocedido cuando el de ustedes avanza
El arco de las alianzas ha penetrado en mi nido
Con todo su colorido se ha paseado por mis venas
Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino
Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber
Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento
Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente
Nos aleja dulcemente de rencores y violencias
Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

El amor es torbellino de pureza original
Hasta el feroz animal susurra su dulce trino
Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros,
El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño
Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero.

Se va enredando, enredando
Como en el muro la hiedra
Y va brotando, brotando
Como el musguito en la piedra
Como el musguito en la piedra, ay si, si, si.

De par en par la ventana se abrió como por encanto
Entró el amor con su manto como una tibia mañana
Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín
Volando cual serafín al cielo le puso aretes
Mis años en diecisiete los convirtió el querubín.



TH - Justíssima homenagem!


*O primeiro vídeo mostra a parceria de Milton e Mercedes, no Fantástico, em 1976. No segundo, a gravação de Violeta.






3 comentários:

  1. Bom, não conheço nada sobre a artista apresentada, mas quero ainda cumprimentá-lo pela disposição de buscar e compartilhar aqui elementos que enriquecem a cultura nacional e internacional. Parabéns pelo blog!

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  2. Conhecia apenas a versão de Zizi Possi para Volver A los 17, e confesso não gostar muito da música - talvez por justamente não estar num estado de espírito que me permitisse compreender a música como um todo.
    Mas conhecer algo da pessoa por trás da música me deix ou mais curioso... valeu, TH!

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