domingo, 15 de outubro de 2017

TOPTULHO MUSICAL # 147!



Com algumas horinhas de atraso, chega ao ar o TopTulho Musical 147 - a sua parada da resistência. E nem vou culpar o horário de verão que começou hoje! Foi puro cansaço mesmo, da rotina louca que comecei há duas semanas!

Gostaria de parabenizar pelo seu dia todos os professores do país, essa classe que tanto admiro e que tanto é desmerecida e desprestigiada. Aqui pelo EnTHulho não!

Vamos direto ao ponto: ver como ficou a parada. que tem Zizi Possi como uma das estreias ("Faltavam Seus Olhos", tema da novela das seis "Tempo De Amar"), entrando no lugar dela própria, que saiu com "O Mar Me Leva". Temos também a estreia de Frejat, com "Tudo Se Transforma", entrando no lugar de Dj Joe Kinni e George Israel, que saíram com "Olha Ela". E os Tribalistas se mantém na liderança com "Aliança". 

TOPTULHO MUSICAL - EDIÇÃO # 147 - 15/10/17

1) TRIBALISTAS - Aliança (=) (7 Semanas)
2) TIÊ - Amuleto (+1) (4 Semanas) 
3) NANDO REIS - Nos Seus Olhos (+3) (4 Semanas) 
4) ELZA SOARES & PITTY - Na Pele (-2) (8 Semanas)   
5) CHICO BUARQUE - Tua Cantiga (=) (10 Semanas)      
6) VANESSA DA MATA & BAIANA SYSTEM - Gente Feliz (Sinceridade) (-3) (8 Semanas)
7) PROJOTA & ANAVITÓRIA - Linda (+3) (5 Semanas)     
8) PRETA GIL & PABLLO VITTAR - Decote (=) (6 Semanas)
9) PATO FU - Palco (+3) (4 Semanas) 
10) JOHNNY HOOKER & LINIKER - Flutua (-3) (9 Semanas)  
11) TRIBALISTAS - Diáspora (+2) (3 Semanas)   
12) OS PARALAMAS DO SUCESSO - Sinais Do Sim (-3) (9 Semanas) 
13) ZIZI POSSI - Faltavam Seus Olhos (ESTREIA)
14) GUILHERME ARANTES - Semente Da Maré (Canção Do Refugiado) (+1) (6 Semanas)   
15) MAJOR LAZER & ANITTA & PABLLO VITTAR - Sua Cara (-4) (14 Semanas)    
16) FREJAT - Tudo Se Transforma (ESTREIA)
17) BARÃO VERMELHO & RODRIGO SURICATO - Brasil (=) (3 Semanas) 
18) NATIRUTS - Na Positiva (+2) (2 Semanas)
19) JADE BARALDO - Brasa (=) (2 Semanas)
20) ZECA BALEIRO & ALESSANDRA MAESTRINI - Que Amor É Esse? (-6) (6 Semanas)

Saem:

ZIZI POSSI - O Mar Me Leva (9 Semanas. Maior posição: 04)
GEORGE ISRAEL & TONI GARRIDO & DJ JOE KINNI - Olha Ela (8 Semanas. Maior posição: 09)  

Ela está de volta! Enquanto "Corpo Sensual" não estreia aqui (tá pertinho), a música "Decote", de Pabllo Vittar, com participação de Preta Gil mantém-se na oitava posição. Esse Pop Samba não fez muito sucesso nas rádios populares, mas mostra a capacidade da dupla de agitar com qualidade!

Vamos ficar com esse hit!


DECOTE
Preta Gil & Pabllo Vittar

[Pabllo Vittar]
Preta

[Preta Gil]
Pabllo

Hoje eu vou pro samba
Que o meu corpo quer sambar
Minha alma pede samba
Eu cansei de te falar

[Pabllo Vittar]
Sou movida pela dança
Que me faz querer cantar
Você roubou o meu samba
Ponha-se no seu lugar!

[Preta Gil & Pabllo Vittar]
Eu falei
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Não se importe com o meu decote
Eu bem que te falei
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Agora é minha vez

[Preta Gil]
Hoje eu vou pro samba
Que o meu corpo quer sambar (quer sambar)
Minha alma pede samba
Eu cansei de te falar

[Pabllo Vittar]
Sou movida pela dança
Que me faz querer cantar
Você roubou o meu samba
Ponha-se no seu lugar!

[Preta Gil & Pabllo Vittar]
Eu falei (mas eu falei)
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Não se importe com o meu decote
Eu bem que te falei
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Agora é minha vez

[Preta Gil & Pabllo Vittar]
Você duvidava
Que eu era capaz
Estou aqui
Consegui até mais
Agora não vem correr atrás
Você não me satisfaz

[Preta Gil & Pabllo Vittar]
Eu falei
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Não se importe com o meu decote
Eu te falei
Que eu era mais forte
Agora boa sorte
E me libertei
Agora é minha vez

[Preta Gil & Pabllo Vittar]
É Preta Gil meu amor!
Pisa menos! (Vai)
Ressuscita!




E o segundo destaque do dia, em sentido totalmente oposto, está estourado em todas as rádios do Brasil. Projota, o rapper-pop que costuma citar em suas letras outros companheiros da música (aqui, se excedeu e citou até Jorge e Mateus!) uniu-se às meninas-sensação da nova MPB AnaVitória, resultando nesse megahit!

Alcançou a sétima posição e é com ele que vocês ficam agora!



LINDA
Projota e AnaVitória

Ô, linda!
O que que você faz pra ser assim tão linda?
Quando se olhar no espelho diz assim
"Tô linda!"
Não sei o que dizer pra te ganhar ainda
Mas o começo pode ser assim

Avisa geral que já era,
não tô mais sozinho na pista
Avisa pra elas que eu já fui,
Pra zoeira dei "hasta la vista"
Eu só quero uma casa no mato
E uma boa razão pra sonhar
Um cachorro, um gato, comida no prato
E uma cama para a gente quebrar
Tava perdido aqui, cê veio me salvar
Eu sou um eterno aprendiz, você me dá uma aula
É uma canção da Adele, me acalma
Eles querem coisa de pele,
A gente tem coisa de alma

Ô, linda!
O que que você faz pra ser assim tão linda?
Quando se olhar no espelho diz assim
"Tô linda!"
Não sei o que dizer pra te ganhar ainda
Mas o começo pode ser assim

Ô, linda!
O que que você faz pra ser assim tão linda?
Quando se olhar no espelho diz assim
"Tô linda!"
Não sei o que dizer pra te ganhar ainda
Mas o começo pode ser assim

E mesmo se eu cantasse todas as canções do mundo
Eu não saberia falar sobre algo tão profundo
Eu sei que no fundo só quero algo puro
Se o assunto é você não seguro
Me sinto seguro
Já posso pensar no futuro
Então vem, você é minha "baby honey"
Até já desencanei das vezes que me enganei
Ei, eu que vim da bagunça até já cansei
Não sou Jorge e Mateus mas eu também "Sosseguei"

Vivendo nesse mundo louco
Só quero me entregar um pouco
E permitir, sentir

E eu
Ouvi um Djavan pra me inspirar pra te escrever
Ouvi Chico Buarque pra aprender sobre você
(É real)
Ouvi Roberto Carlos pra saber como fazer
(Salve rei!)
E ouvi meu coração pra ter coragem de dizer

Ô, linda!
O que que você faz pra ser assim tão linda?
Quando se olhar no espelho diz assim
"Tô linda!"
Não sei o que dizer pra te ganhar ainda
Mas o começo pode ser assim

Ô, linda!
O que que você faz pra ser assim tão linda?
Quando se olhar no espelho diz assim
"Tô linda!"
Não sei o que dizer pra te ganhar ainda
Mas o começo pode ser assim

O que é que você faz?
O que é que você faz?
Linda demais
Você é linda demais
Você é linda demais
Ô, linda!




E agora, nossa tradicional aula de História, com o...



Seguindo com nossa temporada anos 30, hoje falaremos do épico 1932 - ano muito importante aqui no Brasil, mas, antes, vamos retornar àquele texto-geral sobre os anos 30, continuando o que foi escrito na edição anterior!

DÉCADA DE 30 - OS ANOS DAS INCERTEZAS
Fátima Mendes Carvalho - Parte III

O Governo Provisório, com um Ministério formado por representantes das forças vencedoras, tinham dois problemas fundamentais para resolver: acabar com a crise econômica e criar um sistema político que lhe assegurasse condições de governar. As primeiras decisões, objetivando a centralização política e o fortalecimento do Estado, atingiam em cheio a autonomia da oligarquia paulista. O governo fechou o Congresso, os legislativos estaduais e os partidos políticos. Nomeou os chefes do tenentismo para serem interventores nos Estados e aumentou o poder de ação do Estado na Economia, criando conselhos técnicos autorizados a interferir em cada ramo de produção.
Ao assumir, o Governo Provisório criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e em 1931, aprovou a Lei de Sindicalização, proposta pelo Ministro do Trabalho, Lindolfo Collor: todos os sindicatos eram obrigados a se filiar ao Ministério para serem reconhecidos oficialmente e receber o fundo sindical. A “Lei Collor” representava a primeira restrição à autonomia dos sindicatos. O Governo fixou também em 8 horas o limite máximo da jornada de trabalho, regulamentou o trabalho das mulheres e crianças, criou Institutos de Previdência para diversas categorias, os IAPs, instituiu o Conselho Nacional de Serviço Social, além de tomar uma série de outras medidas.
O Governo Provisório acertou dois coelhos de uma só vez: de um lado, protegia os trabalhadores, atendendo a antigas reivindicações, do outro, “disciplinava” sua atuação, subordinando os sindicatos ao Ministério e acabando com a tradicional independência. Era a “harmonia social”, segundo afirmava Getúlio Vargas.
As leis trabalhistas representavam o reconhecimento pelo Governo da questão social, tida na República de Fazendeiros como uma “questão de polícia”, mas naquele momento encarada como importante “questão política”. Para os trabalhadores urbanos, a maioria vinda recentemente do campo onde não havia nenhuma proteção trabalhista, enquanto os mais velhos e conscientes tinham sido afastados à força das antigas lideranças, Getúlio Vargas projetava-se como “O PAI DOS POBRES”, imagem, aliás, que o próprio Estado se encarregava de difundir. Para o Governo, a legislação social tinha um significado especial: impedir a organização independente da classe trabalhadora, além de se constituir, sobretudo pela subordinação dos sindicatos ao Estado, na base de manipulação populista das massas anos depois.Em 1931, com exceção de Pernambuco e Bahia, todos os estados do Norte e do Nordeste tinham um "tenente" no governo. Para impedir abusos e melhor controlar a ação dos interventores, o Governo Provisório criou, em agosto daquele ano, o Código dos Interventores. 
A força dos "tenentes" também esteve presente em São Paulo. Para eles, aquele estado, tão importante e poderoso na Primeira República, poderia se constituir na principal força anti-revolucionária e por isso deveria ser mantido sob vigilância. Assim, para a interventoria paulista foi nomeado o "tenente" João Alberto, e não um representante do Partido Democrático de São Paulo, que tivera participação no movimento revolucionário e esperava ser recompensado. Para a chefia da Força Pública do estado Vargas indicou Miguel Costa, outro importante líder do tenentismo. Essas nomeações desagradaram profundamente o PD e importantes parcelas das elites paulistas, interessadas em manter o controle do poder. 
Em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, Vargas não considerou necessário enfrentar os grupos oligárquicos regionais que haviam apoiado a Revolução de 1930. Minas foi o único estado que não teve interventor: foi mantido no cargo o presidente estadual Olegário Maciel. No Rio Grande do Sul, que antes da revolução era governado pelo próprio Vargas, foi nomeado interventor Flores da Cunha, homem de longa tradição na vida política gaúcha.
Os "tenentes" se consideravam os verdadeiros revolucionários. Não queriam que a Revolução de 1930 se transformasse em uma mera troca de cadeiras entre os grupos oligárquicos. Trataram, portanto de criar instrumentos de ação política capaz de levar adiante o projeto de um governo centralizador, intervencionista e reformista. Por sua iniciativa formou-se em alguns estados legiões revolucionárias e, no Rio de Janeiro, fundou-se o Clube 3 de Outubro, mais tarde redefinido como Legião de Outubro principal porta-voz do grupo. Apoiou a criação do clube importantes lideranças civis, como os ministros Oswaldo Aranha e José Américo de Almeida e os interventores Carlos de Lima Cavalcanti (PE) e Pedro Ernesto (DF), que pressionaram o Governo, defendendo a adoção de planejamentos econômicos para o atendimento uniforme das regiões e medidas industrializantes e nacionalistas. Alguns interventores esboçaram a realização de reformas sociais, como na Bahia, Juraci Magalhães decretou a redução dos aluguéis e Juarez Távora, “Vice-Rei do Norte”, chegou a falar em expropriação de latifúndios.
O projeto tenentista divulgado por essas entidades defendia medidas como a centralização do sistema tributário, o fortalecimento das Forças Armadas, a federalização das milícias estaduais, a criação de uma legislação trabalhista e a modernização da infra-estrutura do país. Do ponto de vista político, os "tenentes" aprovavam a centralização do poder nas mãos de Vargas e desconfiavam da representação partidária vista como palco para a atuação de grupos voltados apenas para os seus interesses privados. Isso significava defender a manutenção de um governo de caráter revolucionário e ditatorial e o adiamento do processo de constitucionalização. No entanto, naquele momento, a introdução de um regime de base constitucional era a principal reivindicação dos grupos oligárquicos, que se sentiam cada vez mais preteridos pelo governo e temiam o fortalecimento político dos "tenentes". 
Mas com o tempo, aos poucos, os tenentes interventores foram recuando e ligando-se as oligarquias que estavam na oposição. No plano político, desejavam um Estado autoritário “pelo tempo indispensável”, modificando assim suas concepções “liberais”.
Temendo a perda da tradicional autonomia estadual, as classes dominantes paulistas, antes divididas, votaram a se aproximar. Opunham-se às medidas autoritárias e populistas do interventor João Alberto, que reprimiam violentamente as oposições no Estado. Mas, opunham-se, sobretudo à crescente intervenção do Estado na economia, especialmente no setor cafeeiro, ainda que tal intervenção se destinasse a sustentar esse mesmo setor. 
As classes dominantes paulista uniram-se contra o Governo Provisório, passando a lutar pela reinstauração do “estado de legalidade” e do regime liberal. A proposta atraía diversos setores da sociedade paulista. Para as oligarquias do PRP e do PD, que se aliaram formando uma frente única antigoverno, significava a criação de condições que permitiam sua volta ao poder. Isto também interessava às facções oligárquicas dos outros Estados, derrotadas em 1930, que também continuavam excluídas do Governo Federal. (CONTINUA...)

1932...

O ano de falecimento de Santos Dumont foi efusivo, principalmente aqui no Brasil, com a histórica REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA, que eclodiu em 09 de Julho! No texto a seguir, a jornalista REGINA DA LUZ MOREIRA dá um veredicto sobre o ocorrido. 



Sem dúvida um dos mais importantes e dramáticos acontecimentos da história republicana brasileira. Expressão da insatisfação dos paulistas com a Revolução de 1930, o movimento serviu, antes de mais nada, para convencer o Governo Provisório de Getúlio Vargas da necessidade de pôr fim ao caráter discricionário do regime sob o qual vivia o país. Isto só aconteceria quando a constituição de 1890, tornada sem efeito, fosse substituída por outra.

Se o Partido Republicano Paulista (PRP) congregava as forças conservadoras do estado, por outro lado, o Partido Democrático de São Paulo desde o início se envolveu com a campanha da Aliança Liberal e com as articulações da Revolução de 1930. É sabido que o estado de São Paulo foi a principal base política da chamada República Velha e do sistema oligárquico por ela instaurado, ou seja, representava exatamente aquilo que o movimento de 1930 pretendia mudar.

Pode-se compreender, portanto, como seria difícil estabelecer, após a vitória da revolução, um novo equilíbrio de forças no estado. Deposto o presidente Washington Luís, e enquanto o país passava a ser governado por uma junta militar, o governo paulista foi assumido pelo comandante da 2ª Região Militar, general Hastínfilo de Moura. Nesse momento, o PD forneceu a maioria do novo secretariado. Mas, logo em seguida, Getúlio Vargas assumiu a chefia do Governo Provisório e, pressionado pela liderança tenentista, decidiu nomear um delegado militar para governar São Paulo, o tenente João Alberto Lins de Barros.

Ficou clara, então, a divergência entre os projetos políticos dos paulistas e dos tenentes. João Alberto governou até 13 de julho de 1931, e no período seguinte houve grande instabilidade: Plínio Barreto (paulista, civil e constitucionalista, mas fiel ao Governo Provisório e indicado por João Alberto) foi cogitado para interventor, mas desistiu; Laudo Ferreira de Camargo (também paulista e civil, apresentado como solução de compromisso, embora sem o apoio do PD e do PRP), tomou posse mas renunciou em novembro de 1931; finalmente assumiu Manuel Rabelo, que não contou com o apoio dos constitucionalistas, por ser militar e ligado aos tenentes.

Em fevereiro de 1932 a situação se agravou. O PD rompeu com Vargas e seu governo, ao mesmo tempo que se aproximaou dos antigos adversários do PRP, formando a Frente Única Paulista (FUP), que se tornou a porta-voz das reivindicações de reconstitucionalização e de autonomia administrativa para o estado de São Paulo. Mais do que isso, a FUP passou a articular, junto aos meios militares e a algumas das principais entidades de classe do patronato paulista, a preparação de um movimento armado contra o Governo Provisório.

Vargas, por seu lado, procurando contornar a situação, optou pela nomeação de Pedro de Toledo para a interventoria paulista, quase ao mesmo tempo em que apresentava o novo Código Eleitoral (ambas as medidas de fevereiro de 1932) e marcava eleições para 1933 (em maio). Esse recuo, no entanto, não conseguiu estancar a exaltação da FUP e dos paulistas em geral, apesar de o PD, a essa altura, já controlar o secretariado do novo interventor. A morte de estudantes em um confronto com forças legais acabou introduzindo no cenário político o ingrediente que faltava: mártires. Suas iniciais – Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo – passaram a designar a sociedade secreta MMDC, interessada em articular a derrubada de Vargas.

A 9 de julho de 1932 eclodiu na capital paulista a Revolução Constitucionalista, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, o mesmo do levante de 1924. Contando com a participação de vários remanescentes do movimento de 1930, como os militares Bertoldo Klinger e Euclides Figueiredo, a revolução contou com amplo apoio dos mais diversos segmentos das camadas médias paulistas.

Nos poucos meses de conflito, São Paulo viveu um verdadeiro esforço de guerra. Não apenas as indústrias se mobilizaram para atender às necessidades de armamentos, mas também a população se uniu na chamada Campanha do Ouro para o Bem de São Paulo. Pela primeira vez buscavam-se iniciativas não apenas militares para romper o isolamento a que o estado fora submetido. Faltou, no entanto, a esperada adesão das forças mineiras e gaúchas. Os governos de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, embora apoiassem a luta pela constitucionalização, decidiram manter-se leais ao Governo Provisório.

Isolado, o movimento fracassou. Em 1º de outubro de 1932 foi assinada a rendição que pôs fim à Revolução Constitucionalista. Enquanto os principais líderes tiveram seus direitos políticos cassados e foram deportados para Portugal, o general Valdomiro Lima – gaúcho e tio de Darcy Vargas, mulher de Getúlio – era nomeado interventor militar em São Paulo, cargo em que permaneceria até 1933.

Das armas ao voto: o saldo da Revolução de 1932

Se, do ponto de vista militar, os paulistas saíram derrotados do movimento de 1932, o mesmo não se pode dizer em relação à política e à economia. São Paulo continuava a ser o principal fornecedor de divisas do país, num quadro de crise econômica mundial e de queda do preço do café no mercado internacional. Assim pressionado, o Governo Provisório manteve a política de valorização do café, comprando e retendo estoques, além de permitir o reescalonamento das dívidas dos cafeicultores e aceitar bônus de guerra como moeda legal, entre outras medidas.

Em termos políticos, o que se verificou na prática foi o fortalecimento do projeto constitucionalizante, com Vargas reativando a comissão que elaboraria o anteprojeto de Constituição e com a criação de novos partidos para concorrer às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte. Estas, realizadas em maio de 1933, deram a vitória à Chapa Única por São Paulo Unido, composta por membros da FUP que haviam permanecido no país e amplamente dominada por representantes do PRP. Além disso, em agosto de 1933, São Paulo finalmente viu chegar um civil e paulista à chefia do governo do estado, com a indicação de Armando de Sales Oliveira para substituir o general Valdomiro Lima. Em 1935, Armando Sales foi eleito governador constitucional de São Paulo pela Assembléia Constituinte Estadual.


Nos cinemas de 1932:
MONSTROS
SCARFACE - A VERGONHA DE UMA NAÇÃO
A MÚMIA
O EXPRESSO DE XANGAI
O FUGITIVO
NÃO MATARÁS
GRANDE HOTEL
AMA-ME ESTA NOITE

Dentre outros...

Na música internacional de 1932...

BING CROSBY - Dancing In The Dark
BING CROSBY - Please
BING CROSBY & THE MILLS BROTHERS - Dinah
CLYDE MCCOY - Sugar Blues
FRED WARING'S PENNSYLVANIAS - Dancing In The Dark
GUY LOMBARDO - You Are Driving Me Crazy
ISHAN JONES - Star Dust
JACQUES RENARD - Cuban Love Song
KATE SMITH - Too Late
LOUIS ARMSTRONG - All Of Me
PAUL WHITEMAN - All Of Me
PAUL WHITEMAN - Cuban Love Song
RUSS COLUMBO - Good Night, Sweetheart
SMITH BALLEW - Time On My Hands (You In My Arms)
THE MILLS BROTHERS - Tiger Rag
WAYNE KING - Good Night, Sweetheart

E na música brasileira? É Pra já!!

1932

Há 85 anos...

1) CASTRO BARBOSA & O GRUPO DA VELHA GUARDA - O Teu Cabelo Não Nega
2) GASTÃO FORMENTI - Maringá
3) FRANCISCO ALVES - Pra Me Levar Do Mal
4) BRENO FERREIRA - Andorinha Preta
5) LAMARTINE BABO - A-E-I-O-U
6) VICENTE CELESTINO - Noite Cheia De Estrelas
7) NOEL ROSA & OS SETE DIABOS - Mulher Indigesta
8) MÁRIO REIS - Uma Jura Que Fiz
9) PATRÍCIO TEIXEIRA - Samba De Fato

10) NOEL ROSA - São Nossas Coisas
11) JORGE FERNANDES - Pierrô
12) JONJOCA & CASTRO BARBOSA - Adeus
13) ARACY CÔRTES - Tem Francesa No Morro
14) SYLVIO VIEIRA - Frô Do Ipê
15) IRMÃOS TAPAJÓS - Loura Ou Morena?
16) CARMEN MIRANDA - Tenho Um Novo Amor
17) TRIO T.B.T. - Como Eu Te Amei
18) JAYME VOGELER - A Sertaneja
19) BONFIGLIO DE OLIVEIRA - Flamengo
20) SILVIO CALDAS - Se Eu Fora Rei

MENÇÕES HONROSAS:

ALBENZIO PERRONE - Melhor Amor
ALDA VERONA - Canção De Amor Cubano
ALDA VERONA - Papai Noel
ALMIRANTE - Já Não Posso Mais
ARACY CÔRTES - Dentinho De Ouro
ARACY CÔRTES - Que É Que?
ARTHUR COSTA - Sem Tostão
BIDÚ SAYÃO - Canção Da Felicidade
BIDÚ SAYÃO - O Luar Da Minha Terra
CASTRO BARBOSA - Boa Noite, Querida!
CARMEN MIRANDA - Bamboleô
CARMEN MIRANDA - Isto É Xodó
CARMEN MIRANDA - Mulato De Qualidade (!!)
CARMEN MIRANDA - Nosso Amor Veio De Um Sonho
CARMEN MIRANDA - Por Causa De Você
CARMEN MIRANDA - Quando Eu Me Lembro
CARMEN MIRANDA - Sonhei Que Era Feliz
CÉSAR PEREIRA BRAGA = Emociona-Me
CONJUNTO TUPY - Fica No Mocó
CONJUNTO TUPY - Foi Sem Querer
DINA MARQUES E NENEO DAS NEVES - Rumba Da Meia Noite
ELISA COELHO - Palmeira Triste
ELISA COELHO - Tenho Saudade
ELISA COELHO - Viva O Meu Brasil
FERNANDO CASTRO BARBOSA - A Última Estrofe
FRANCISCO ALVES - Gosto, Mas Não É Muito
FRANCISCO ALVES - Mulher De Malandro
FRANCISCO ALVES & MÁRIO REIS - Perdão, Meu Bem
GASTÃO FORMENTI - Na Serra Da Mantiqueira
HARRY MURAIM - Guarde A Última Valsa Para Mim
HELENA & JOÃO BARRETO - Castigo
ILDEFONSO NORAT - Sai Fumaça
ITA CAYUBI - Meu Mulato
JAYME VOGELER - Amargura
JESY BARBOSA - Queixas
JOÃO PETRA DOS SANTOS - Até Amanhã
JONJOCA - Azul E Branco
JORGE FERNANDES - A Ventura De Um Beijo
JORGE FERNANDES - Dor
JORGE FERNANDES - Eu Tenho Um Beijo Para Sua Boca
JORGE FERNANDES - Querer Bem
LEONEL FARIA - Que Se Dane
MÁRIO REIS - Mulato Bamba
MÁRIO REIS - Prazer Em Conhecê-lo
MÁRIO REIS & LAMARTINE BABO - Só Dando Com Uma Pedra Nela (!)
MOACYR BUENO ROCHA - Olhos Passionais
MOACYR BUENO ROCHA - Porque Jamais a Possuí
NOEL ROSA & ARTUR COSTA - Mentiras De Mulher
ORQUESTRA COLBAZ - Os Pintinhos Do Terreiro
ORQUESTRA REGIONAL COLUMBIA - Não Me Toques
PATRÍCIO TEIXEIRA - Cabide De Mulambo
RUTH FRANKLIN - Fiquei Sozinha
SILVIO CALDAS - É Mentira, Oi
SONIA BURLAMAQUI - Amanheça O Dia
SYLVIO SALEMA - A Valsa Do Meu Amor
TRIO T.B.T. - Ai Que Dor
TRIO T.B.T. - Ao Romper Da Madrugada
TRIO T.B.T. - Conselho e Um Santo
TRIO T.B.T. - Para Amar E Não Sofrer
TRIO T.B.T - Puxa Puxa O Cordão
VICENTE CELESTINO - Cabocla Serrana
VICENTE CELESTINO - Meu Brasil

Uma coisa se nota nessa época: apesar do relativo pouco tempo da libertação dos escravos, havia muito preconceito, porém, havia bastante desejo e cobiça pelos negros e mulatos nas canções, vide na primeira posição de hoje, de Castro Barbosa, em companhia do Grupo Da Velha Guarda.
Eu não lembrava dessa música, e vocês?


TEU CABELO NÃO NEGA
Castro Barbosa e Grupo Da Velha Guarda




O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor

O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor

Tens um sabor bem do Brasil
Tens a alma cor de anil
Mulata, mulatinha, meu amor
Fui nomeado teu tenente interventor

O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, eu quero o teu amor

Quem te inventou, meu pancadão
Teve uma consagração
A lua te invejando faz careta
Porque, mulata, tu não és deste planeta

Quando, meu bem, vieste à Terra
Portugal declarou guerra
A concorrência, então, foi colossal
Vasco da Gama contra o batalhão naval



TH - Boa semana!

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