AMIGO MUSICAL CONVIDADO # 2 - Dan McPhee! (29/05)

Dan McPhee, Aka "Menino Cheio de Imaginação" ;)

Quem aqui já teve vontade de ser outros além de si? Quem já pensou ter energia e criatividade suficientes para não bastar apenas em um, escrevendo suas próprias histórias em conjunto, harmonicamente (ou não) entre si? Imaginação todos nós temos - ela é de graça, e nos faz dar altíssimos saltos espaço-temporais em qualquer momento ou lugar que desejemos - podemos estar na época de Joana D' arc, na idade média, desvendando os mistérios da Atlântida ou simplesmente navegar num barquinho de papel pruma ilha habitada apenas pelos mais belos e amistosos animais.

A imaginação de Daniel salta aos olhos de tão aguçada. Sua criatividade acentuada faz com que coisas simples se tornem do nada esfuziantes e bem originais, de acordo com seu humor naquele momento. Se a receita do dia pede eletricidade, tá lá ele com os elementos mais energizantes propícios pro que sua visão manda. Se requer algo mais contido, reflete com a trivialidade especial que só ele consegue domar. Em que campos? Seja nos seus desenhos, na sua escrita, na confecção dos templates dos blogues (ele é o responsável pelo design do novo EnTHulho, só pra constar) ou até na arrumação de suas coisas. Sistematizado como todo virginiano, a gente enxerga uma forte dose de imaginação até na organização de seus livros e brinquedos.

Falando nisso, outra sua característica marcante é ter o coração criança. Daqueles que dão um salto no infinito, sem se preocupar se tem chão ou não; que adora dar todas as reticências possíveis prum sonho, acordado, dormindo...que quando gosta uma música, sai cantarolando no banho, e se deixa embalar por ela, dando quantos repeats forem necessários. Que não tem vergonha por saber de cor todas as canções que gostava quando era criança, que assume apreciar as mais deliciosas cantigas de ninar e de tudo que implique a tão delicioso sabor de "retorno às origens". Pop, frenético, desprogramado, inquieto, com um espírito infantil tão admirável que o faz sobreviver diariamente na rotina estafante que é a de São Paulo capital.

Daniel é dono de um mundinho único, um universo bom de se admirar e que cada vez mais me magnetiza. Nossa afinidade foi imediata, e eu tenho o maior orgulho de poder compartilhar de toda poesia que ele pode oferecer.

Para além de toda sua faceta feliz e emotiva, encontramos um belo profissional. Professor competente de Gramática, Literatura, Espanhol, a gente enxerga o quanto ele também deposita de sua criatividade tanto na elaboração de suas aulas quanto ao ministrá-las - e ganha reconhecimento bem merecido dos próprios alunos!

Musicalmente (e isso foi até objeto de discussão com o próprio antes de elegê-lo como Amigo Musical da vez), eu o deixei totalmente à vontade para que escolhesse alguma coisa oriunda de seu coração. Confesso que esperei algo que remetesse à sua infância, mas surpreendente como só ele, mostrou que tem bom gosto até na seleção da trilha sonora. Deixemos-no fundamentar sua escolha, então! ;)

P.s.: Fazendo um pequeno merchan, o garoto multimídia pode ser encontrado no http://moondo2010.blogspot.com/, no http://alfarrabiodomeucoracao.blogspot.com/ e no http://horasaveludadas.blogspot.com/. Todos gabaritados e com o selo TH de qualidade. :)

A escolha do menino. :)

"É difícil pensar numa só música que fale por mim... Sempre fui daqueles que, ao longo do caminho, colheu flores e canções para tornar a trilha mais alegre, significativa, colorida, mais “tolerável”, enfim.
Há as escolhas óbvias, claro. Mas elas são tão evidentes e esperadas que não causariam espanto algum ou pouco revelariam que já não fosse de domínio público a meu respeito...
Não. Era preciso ir um pouco além do óbvio. Revirar a jukebox até o último disquinho para encontrar algo verdadeiramente pulsante, inédito e revelador. Aquela música pra qual todos olhassem e se perguntassem: “O Dan? Essa música? Imagina!?”
E confesso que eu tive de pensar um monte para encontrar algo de minha “porção musical não-revelada”. Muitas músicas me vieram à mente mas, quase sempre, tratava-se de gostos compartilhados, músicas que já indiquei ou mostrei a esse ou aquele amigo... Nada era tão inédito quanto eu pretendia que fosse para a presente e tão especial ocasião.
“Funciona, cachola! Funciona!”, ficava me repetindo, até que encontrei uma. Não sei se a melhor escolha, mas sem dúvida alguma, muito significativa. Eu a conheci em 1994 (?), por conta da trilha sonora nacional da novela Quatro por Quatro. Àquela época, eu fiz a minha histórica cirurgia tripla (ouvido, nariz e amídalas) e, por conta do forçado repouso, colocava meu microssistem ao lado da cama e ficava escutando músicas quase que o dia todo, num ir e vir infindável de CDs, fitas cassetes e estações de rádio locais.
“Clube da Esquina 2”, na versão de Flávio Venturini, é uma música que me pôs pra dormir durante alguns bons anos de minha adolescência. Dormir e sonhar, preciso dizer, do jeito que, então, eu mais gostava: melancolicamente. Essa música sempre me passou uma tácita sensação de “areia escorregando por entre os dedos”, deixando o sonho e a vida irem embora de um coração deserto, já sem pulsações, sem sentimentos...
Lembro-me muito bem de que, naqueles anos, eu me apegava com extrema facilidade a tudo que tivesse meio-tom, tudo que me sugerisse declarada melancolia e lágrimas discretas, contidas e sentidas com intensidade.
Engraçado notar como meu eu posterior negou com veemência os anos de “chororô” no quarto escuro da adolescência.
Músicas tristes, contudo, jamais abandonaram minha playlist e continuaram a me fazer companhia, como fazem até hoje, nos anos seguintes.
Acho que era a vida me mostrando que tá tudo bem, afinal, se tivermos os dois lados bem desenvolvidos. Precisamos da Tristeza pra sermos poetas e da Alegria pra vivermos a vida.
É isso, pois."

DAN McPHEE

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CLUBE DE ESQUINA N. II
Flávio Venturini
Composição: Milton Nascimento- Lô Borges- M.Borges

Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço....

Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos

E lá se vai mais um dia

E basta contar compasso
e basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração
Na curva de um rio, rio...

E lá se vai mais um dia

E o Rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente,
gente, gente...


TH - Emoções ratificadas! ;)
(Música já postada no blogue em 09 de Dezembro de 2009)