domingo, 18 de janeiro de 2015

AMIGO MUSICAL CONVIDADO # 44 - Clarissa Ramos!



Olha, eu sei que já está calor suficiente, mas eu faço questão de trazer, nesse inicio de semana, mais um raio de sol. Sim, porque essa minha amiga é extremamente solar. 

Conheci Clarissa, esta linda professora pederneirense (SP) em 2012, num encontro bem casual na , e desde então a identificação foi direta, imediata. Ela transcendeu (e muito) o estigma de "amiga do amigo" e conseguimos transpor nossa afinidade para uma relação de amizade sincera, bastante frutífera, mesmo nos poucos e espaçados encontros pessoais (mas que já contabilizam muitos episódios divertidos, como sua despedida de solteira, em 2013).

Mas o que sempre vou admirar na Clarissa é o binômio inteligência-bom senso. Ela não apenas tem conteúdo, mas sabe utilizá-lo eficazmente. Digo isso de tudo: postura política, conhecimento cinematográfico, literário, musical, artístico...ela é exatamente aquela pessoa que tem opinião sobre tudo, com vivência prática mesmo, nada de mera teoria!

Sempre que chamo alguém que se expressa tão bem como ela, fico com receio que meu relato tão parco seja covardemente ofuscado (risos), portanto, vou parando por aqui, e deixarei vocês ao som de Lenine e com esse texto sensível e lindo. 

P.s.: Não  à toa que meus melhores amigos são extremamente musicais. E a Cla é uma das maiores, sei que ela, como eu, também A-MA confabular sobre músicas que ficariam boas em determinados seriados, dentre outras idiossincrasias musicais. Amo isso!!

Cla, MUITO OBRIGADO pela participação, TE ADORO!!





Minha vida é musical. 

Para todo e qualquer momento, tenho uma música. Das melhores às piores. E ouvir as ditas escolhidas sempre me remete aos lugares, pessoas e situações a que as associei. Inevitável. Não consigo imaginar uma vida sem tal preceito. E é maravilhoso. 

Um exemplo disso é minha trilha sonora LenineAh, tenho muitas músicas desse fantástico compositor e cantor no meu repertório de memórias! Mas destaco uma, a primeira, a que despertou minha paixão incondicional pela obra - e a partir dela, várias memórias musicais se formaram. 


A canção a que me refiro é "Hoje eu quero sair só". O ano era 1999. Eu, uma menininha de 17 anos, unespiana-bixete, deslumbrada com a vida de universitária, morando pela primeira vez longe do conforto da casinha da família interiorana, vivendo em uma república e entrando em contato com muitas novas influências musicais - porque o ambiente de festas "republicanas", com voz e violão, nos ensina tanta coisa nova... 

Em uma dessas ocasiões, um cantor de quinta (porque os encontros geralmente aconteciam às quintas-feiras) inseriu em seu repertório recheado de Chico, Toquinho e afins, muito despretensiosamente, um pedacinho de Lenine. Um ébrio presente puxou o coro da letra - porque o carinha que tocava violão só sabia o arranjo. E, sabe-se lá como, eu me toquei que sabia a letra também. Será que já tinha ouvido na rádio? Provável. Mas confesso que não tenho a lembrança exata de ter ouvido pela primeira vez. 

Então guardei na memória isso: de fato ouvi pela primeira vez, com direito a tentar cantar e tudo, numa festinha de quinta. E a letra me fez tanto sentido: a confissão de que se precisa de espaço, de que não se quer nada que aprisione, de que se busca leveza. Uma boemia leve, uma solidão leve, uma liberdade leve. Até certo humor. Combinava com o momento de desprendimento. Então, decidi que queria conhecer um pouco mais disso: comprei CDs, devorei todos, encantei-me com várias canções. 

Pesquisei sobre Lenine e, quanto mais sabia, mais admirava. (Cheguei até a fazer um trabalho de literatura sobre Lenine e sua obra, e foi a minha única nota 10 em toda a faculdade.) Lenine consegue, especialmente nessa música, criar melodia suave e dançante com letra divertida e repleta e assonâncias e aliterações. 

Sou fã desde então, apaixonada.


CLARISSA RAMOS
Professora, formada em Letras
 Pederneiras, São Paulo



A Clarissa é a terceira amiga musical que escolhe Lenine, todos com músicas diferentes. Legenda pra foto do cantor: "fazer o quê? sou eu, né?"


HOJE EU QUERO SAIR SÓ
Lenine

Se você quer me seguir, não é seguro
Você não quer me trancar num quarto escuro
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só

Você não vai me acertar à queima-roupa, não
Vem cá, me deixa fugir, me beija a boca
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só
Não demora, eu tô de volta

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua

Hoje eu quero sair só
Hoje eu quero sair

Você não vai me acertar à queima-roupa, não
Vem cá, me deixa fugir, me beija a boca
Às vezes parece até que a gente deu um nó
Hoje eu quero sair só
Não demora eu tô de volta

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua

Vai ver se eu tô lá na esquina, devo estar
Já deu minha hora e eu não posso ficar
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua
A lua me chama
Eu tenho que ir pra rua




TH - Grande amiga, grande texto, grande músico e grande música!



2 comentários:

  1. Tem alguns meses em que descobri que Lenine tem canções gravadas pelos Trapalhões nos anos 80! Não tinha idéia de que a carreira dele já era tão longeva, assim!!!

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  2. Tem sim, ele canta na banda do filme OS TRAPALHOES NO REINO DA FANTASIA!

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