terça-feira, 27 de setembro de 2011

CARREIRA NO CLÍMAX: MARINANDO NOS LANÇAMENTOS!

Homenagem do Som Brasil a Marina Lima


2011
já é um ano histórico na carreira de Marina Lima. Primeiro, houve uma homenagem à cantora realizada pelo Som Brasil, onde a diva cantou junto a amigos como Sandra de Sá (Virgem e À Francesa), Seu Jorge (Fullgás), dentre outros, num verdadeiro e delicioso encontro musical. E também marca pelo lançamento de dois projetos muito especiais envolvendo o nome da cantora: o disco "Clímax" e a homenagem comandada por Zé Pedro: "Literalmente Loucas - as canções de Marina Lima" (gravadora Joia Moderna), onde 12 novas vozes da MPB revisitam a deliciosa carreira da cantora. O EnTHulho vai apresentar os projetos para quem ainda não conhece, contando uma vez mais com a ajuda magnífica do amigo Márcio Nicolau, fã fervoroso que vive com "febre" de Marina.




"Algumas poucas palavras quanto ao Climax, confesso: a primeira audição teve gosto amargo. E não é que eu esperasse um disco doce. “Doce De Nós”, eu já sabia, era uma das mais salgadas, por assim dizer. Sem falar que Marina pra mim nunca foi mesmo sem sal. Mas é que tanta perspectiva nova, às vezes, soa indigesta. Como assim “Não me venha mais com amor”?! Ruminei. E até virem “As Ordens do Amor” não digeri. Mas bastou apurar o sabor! Sua música é mesmo onde eu me farto! E a certa altura, claro, o disco teve gosto palatável. Sua voz me sustenta."

MÁRCIO ALMEIDA NICOLAU



Gosto de discos que me causam sensações.
"Clímax" me causou desconforto à primeira audição. Nada comum, o 19º álbum da carreira da Marina vem repleto de novas conexões da cantora, com Samuel Rosa, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata, Adriana Calcanhotto e Karina Buhr. Há de se destacar a reinvenção da obra da cantora, que prova que não está nem aí pra mídia que tenta "relançá-la" a cada trabalho/projeto novo desde a década de 2000. Ela não precisa disso. Tem consciência de sua função musical e corre atrás de se aprimorar, garimpando seu próprio ouro com assoviáveis e ousadas inserções sonoras. Uma artista que prefira qualidade musical a hits fáceis para estourar nas rádios (puxão de orelha assumido na nova música lançada por Marisa Monte) sempre terá meu respeito. Portanto, o relato do Márcio, transcrito logo acima, prova exatamente isso: que o gosto "Marina", ainda que bebido em taças diferentes não é modificado. É a crosta dura da primeira mordida em um bombom, que logo em seguida sente o suave sabor de licor...

P.s.: Ainda que não tenha sido um disco pra vender feito água nas mídias,
"Pra Sempre", parceria com Samuel Rosa, foi indicado ao "melhor vídeo" do Vídeo Music Brasil, da MTV!




Zé Pedro, o DJ apaixonado por cantoras, está à frente deste projeto produzido por Patrícia Palumbo e lançado pela Joia Moderna em Agosto deste ano. Trazendo 12 cantoras cantando um repertório menos óbvio de Marina, o disco recebeu elogios de vários críticos especializados e prima por qualidade - em ótimos arranjos. Não é à toa que passou o mês inteiro de homenagens a Marina Lima estampado na barra lateral do EnTHulho, como a indicação musical do mês. Minha versão preferida é Anelis Assumpção (filha de Itamar) dando "sustância" à já ótima "À Meia Voz", música de Marina que amo, pertencente ao disco "Registros à Meia-Voz" (1996). Abaixo, a relação completa das cantoras e das músicas respectivas, além de meus comentários a cada uma.



01) Tulipa Ruiz – Memória fora de hora - Oriunda do disco "Simples como fogo (79), Tulipa traz, na abertura do disco, a inflamação convidativa que já deixa o ouvinte inebriado e extasiado.
02) Andreia Dias – Quem é esse rapaz - Vinda do "Certos Acordes" (81), foi revitalizada pela promissora Andreia.
03) Bárbara Eugênia – Por querer (todas) - A grande homenagem ao rock oitentista fica por conta de Bárbara Eugênia, que já esteve aqui no EnTHulho na matéria sobre a nova MPB (clique aqui). A faixa pertence ao Lp "Todas";
04) Márcia Castro – Meu doce amor - Vários amigos pessoais meus são fãs incondicionais da obra de Márcia, na qual ainda estou engatinhando, embora curioso e surpreso a cada nova descoberta. A voz da baiana se aproxima bastante a de Marina, o que deu um tom mais "doce" ao doce amor em questão.
05) Karina Zeviani – Confessional - A obscura música do disco "Virgem" (87), ganhou um tom mais leve com a voz tranquila e linear de Karina.
06) Graziela Medori – Bobagens, meu filho, bobagens - Talvez a única do disco que realmente não gostei. A versão ficou muito aquém da original, na minha humilde opinião. É a ovelha negra (sem desprezar o talento da novata Graziela)
07) Anelis Assumpção – À meia voz - Ratificando, minha preferida. A original, pra mim, é a melhor do "Registros", e só uma versão arrebatadora poderia se equivaler. Bem, ela veio e eternizou!
08) Nina Becker – O meu sim - Do ótimo "Marina Lima" (91), Nina deu uma roupagem totalmente atraente à pouco conhecida música. Transpareceu, ainda assim, a afinada sintonia com a versão original.
09) Karina Buhr – Tão fácil - Outra do "Simples como fogo" (79), trazendo a já "chapa" de Marina, Karina Buhr, outra que apareceu na lista de melhores novas cantoras do EnTHulho, arrasando mais uma vez!
10) Iara Rennó – Alma caiada - Gravada por Zizi Possi em 79, "Alma Caiada" ganhou mais vida na voz de Iara Rennó (que eu não conhecia), traduzindo a beleza da parceria dos irmãos Cícero e Marina.
11) Joana Flor – Seu nome - Um delicioso sambinha quase raiz! Não conhecia Joana Flor, mas ela certamente floriu o repertório - com flores de cores concentradas!
12) Claudia Dorei – O solo da paixão - Mais uma ilustre desconhecida de TH, com uma versão muito melhor da original, gravada no "Registros à Meia-Voz", onde corrige a falta de voz de Marina Lima na época, fechando o disco com chave de ouro.


Ficou animado com os lançamentos? Corra até a loja especializada mais próxima!


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PRA SEMPRE
Marina Lima. Samuel Rosa

Acho que agora vejo
Acho que eu encontrei
O que havia e sempre procurei
Não veio das montanhas
Nem tava nesse mar
Mas de um clarão no seu olhar

Tive histórias tristes
eu só bem sei
mas que o tempo fez transformar

Só assim pra sentir o beijo
Só assim para reconhecer
A diferença entre os outros e você

Como vale arriscar na vida
como é bom amadurecer
e te encontrar assim por merecer

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Sei que agora vejo
Sei que eu encontrei
O que havia e sempre procurei

Tendo você comigo
Há muito pra sonhar
E o universo inteiro
pra alcançar

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre

Tive histórias tristes
e só eu bem sei
e que o tempo fez transformar

Em vitórias, brilhos
que me levam a crer
neste forte impeto de amar

Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre
Amar você pra sempre



TH- No clímax musical!


3 comentários:

  1. mais tarde concluirei a leitura desta matéria.

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  2. tenho ouvido o Literalmente Loucas, THiago. Gosto especialmente das versões de "O solo da paixão", que valorizou o solo instrumental e "O meu sim", que é uma canção meditativa que ouvi bastante há um tempo e voltou a calar fundo em mim agora.

    Muito obrigado pelo crédito aqui.

    Obrigado sempre.

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