O "super culto" piracuruquense!
Sabe que admiro demais as pessoas que fazem da História seu foco profissional?
Sem dúvidas seria uma das minhas profissões. Tenho essa mania quase insana de datar acontecimentos, registrar marcos de determinado período, compará-los, fazendo quadros correlatos entre características de uma sociedade com outra, dentre outras coisas. É uma disciplina muito atraente, e esta é apenas minha humilde opinião de fã, mas com a profundidade de um pires: só a vi no ensino médio mesmo.
Quem leva o ofício a sério merece meu respeito, e nesse contexto encontramos o cidadão Fábio Leonardo, de Piracuruca, Piauí. Tenho pouquíssimo contato com ele, por isso exalto aqui seu lado que mais me chama atenção: o comprometimento acadêmico. Acompanhei, por assim dizer, toda sua novela (e ele ama novelas!) referente ao mestrado em História. A torcida seria inevitável: em seu ótimo blog Super Cult, vez ou outra, em meio a posts bastantes diversificados sobre assuntos plurais, vinha um desabafo de sua batalha (indico aqui o excelente texto "das (in) contigências acadêmicas" que exemplifica muito bem isso). Vitória e admiração para a persistência, que certamente é o maior dos requisitos para se formar profissionais realizados!
Além de um estudante inveterado, o jovem Fábio chama atenção por sua habilidade com a escrita e conhecimento apurado de diversos assuntos. Como música sempre é assunto que une, convidei-o para compartilhar conosco seu relato musical, que, como não poderia deixar de ser, surpreendeu! Excelente depoimento associado diretamente com a perfeita letra dos Titãs!
O EnTHulho Musical está ficando cada vez mais metido com a qualidade de seus convidados. E tende a ficar cada vez mais exigente!
Quem leva o ofício a sério merece meu respeito, e nesse contexto encontramos o cidadão Fábio Leonardo, de Piracuruca, Piauí. Tenho pouquíssimo contato com ele, por isso exalto aqui seu lado que mais me chama atenção: o comprometimento acadêmico. Acompanhei, por assim dizer, toda sua novela (e ele ama novelas!) referente ao mestrado em História. A torcida seria inevitável: em seu ótimo blog Super Cult, vez ou outra, em meio a posts bastantes diversificados sobre assuntos plurais, vinha um desabafo de sua batalha (indico aqui o excelente texto "das (in) contigências acadêmicas" que exemplifica muito bem isso). Vitória e admiração para a persistência, que certamente é o maior dos requisitos para se formar profissionais realizados!
Além de um estudante inveterado, o jovem Fábio chama atenção por sua habilidade com a escrita e conhecimento apurado de diversos assuntos. Como música sempre é assunto que une, convidei-o para compartilhar conosco seu relato musical, que, como não poderia deixar de ser, surpreendeu! Excelente depoimento associado diretamente com a perfeita letra dos Titãs!
O EnTHulho Musical está ficando cada vez mais metido com a qualidade de seus convidados. E tende a ficar cada vez mais exigente!
Titãs: caras como eles!
Quando você fala que uma música te marca, isso pode ter vários sentidos. Um real, literal, e outro puramente sinestésico. Pode representar um momento, uma paixão, uma situação familiar, um grupo de amigos, ou pode, lembrar unicamente... você. É o caso. Há uma música (mais de uma, mas essa com um teor muito forte) que me define, diz que eu sou em versos.
E foi nesses poucos versos de uma canção simples, curta e nostálgica que eu me enxerguei. Ali estava um Fábio que ele, e todos que com ele convivem, conhece. Mas ninguém tinha colocado em palavras. Pois bem. Os “Titãs” colocaram. Claro que eu sei que não com esse objetivo, porque né? Megalomania tem limite. Mas enfim, ali estou eu. Nos meus defeitos, no que me faz rir, no que me apaixona, nas minhas abstrações de fundo-de-rede. A música é “Caras como eu”, a 8ª faixa do álbum Volume Dois dessa banda que faz sucesso desde os anos 80, até os dias de hoje.
Ali, entre hits clássicos do grupo, como “Sonífera Ilha”, “Amanhã não se Sabe”, ou regravações como “É Preciso Saber Viver”, estava essa música que, para a maioria, bem que podia passar despercebida. O que nela me chamou a atenção e levou a enxergar-me?
O eu-lírico é um sujeito que se perde nas próprias divagações, descobrindo que está só num mundo que mudou. O que ele faz ali? Ele, que sucumbiu ao tempo. Ele que, vendo-se morrer solitário, junta, em seus “velhos disquetes” um grande números de inesquecíveis “segredos sem valor”?
“Caras como eu” fala dos homens que não se entregam à vida, como se cada dia seu fosse o último. Fala daqueles que olham pra trás e descobrem que não exatamente esqueceram-se de viver, mas, no mínimo, agiram com parcimônia demais. Ao calçar seus chinelos, descobrem que o tempo acabou. E agora? Resta-lhe se entregar aos seus últimos dias, últimos suspiros, onde não mais contará as horas, e onde cada momento será eterno.
Caras como eu (agora sem aspas) estão, sim, ficando chatos. Por resistirem ao mundo que se transformou a tal ponto que eles (ou nós?) não acompanharam. Mas, pensando bem, vale realmente acompanhar? Ou será melhor preservar-se em seus valores, em seu mundo cada dia mais isolado da louca selva de pedra, a ter que, por pressões daqueles que estão em volta, transformar-se em algo diferente?
Pois é. Eu tenho pensado nisso.
************************************************
CARAS COMO EU
Titãs
Composição: Tony Belloto
Caras como eu
Estão ficando raros
Como cabelos ralos
Que se partem e caem pelo chão
Caras como eu
Estão tirando o pé
Andando em marcha-ré
Com medo de entrar na contramão
Como trens do interior
Que não chegam no horário
Como velhos elefantes
Que morrem solitários
Caras como eu
Estão ficando chatos
Como solas de sapatos
Que se gastam
Com o passar do tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
Como palavras de amor
Que não se guardam em disquetes
Como segredos sem valor
Que a gente nunca esquece
Caras como eu
Estão ficando velhos
Calçando os seus chinelos
Concluindo que não há mais tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
TH - Fábio é "O CARA"!
Ali, entre hits clássicos do grupo, como “Sonífera Ilha”, “Amanhã não se Sabe”, ou regravações como “É Preciso Saber Viver”, estava essa música que, para a maioria, bem que podia passar despercebida. O que nela me chamou a atenção e levou a enxergar-me?
O eu-lírico é um sujeito que se perde nas próprias divagações, descobrindo que está só num mundo que mudou. O que ele faz ali? Ele, que sucumbiu ao tempo. Ele que, vendo-se morrer solitário, junta, em seus “velhos disquetes” um grande números de inesquecíveis “segredos sem valor”?
“Caras como eu” fala dos homens que não se entregam à vida, como se cada dia seu fosse o último. Fala daqueles que olham pra trás e descobrem que não exatamente esqueceram-se de viver, mas, no mínimo, agiram com parcimônia demais. Ao calçar seus chinelos, descobrem que o tempo acabou. E agora? Resta-lhe se entregar aos seus últimos dias, últimos suspiros, onde não mais contará as horas, e onde cada momento será eterno.
Caras como eu (agora sem aspas) estão, sim, ficando chatos. Por resistirem ao mundo que se transformou a tal ponto que eles (ou nós?) não acompanharam. Mas, pensando bem, vale realmente acompanhar? Ou será melhor preservar-se em seus valores, em seu mundo cada dia mais isolado da louca selva de pedra, a ter que, por pressões daqueles que estão em volta, transformar-se em algo diferente?
Pois é. Eu tenho pensado nisso.
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CARAS COMO EU
Titãs
Composição: Tony Belloto
Caras como eu
Estão ficando raros
Como cabelos ralos
Que se partem e caem pelo chão
Caras como eu
Estão tirando o pé
Andando em marcha-ré
Com medo de entrar na contramão
Como trens do interior
Que não chegam no horário
Como velhos elefantes
Que morrem solitários
Caras como eu
Estão ficando chatos
Como solas de sapatos
Que se gastam
Com o passar do tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
Como palavras de amor
Que não se guardam em disquetes
Como segredos sem valor
Que a gente nunca esquece
Caras como eu
Estão ficando velhos
Calçando os seus chinelos
Concluindo que não há mais tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
Não vou mais medir o tempo
Não vou mais contar as horas
Vou me entregar ao momento
Não vou mais tentar matar o tempo
TH - Fábio é "O CARA"!
Curioso como alguém tão jovem se identifique com uma canção como essa..rs! Mas não chega a ser surpreendente pra mim em se tratando da pessoa em questão, um jovem cheio de sensibilidade e conteúdo como Fábio, que também me deu o prazer de escrever como convidado do melão e a quem concedi minha primeira entrevista. Parabéns, TH, pela escolha cada vez mais apurada de seus convidados musicais. Nota 1000.
ResponderExcluirEsse "Cara" é um HOMEM e tanto, um jovem com o coração e as ambições de um sábio. Parabéns senhor "blogueiro" por expor essa pérola tão rara.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUma ótima música para um ótimo rapaz! Assim como TH ressaltou em seu texto, admiro o Fábio pelo dedicação e afinco aos seus compromissos acadêmicos. Sucesso a ele e mais sucesso ainda ao Enthulho, cada vez melhor. Fazia tempo que não passava por aqui. Encantando com a qualidade do blog! Tá perfeito!
ResponderExcluirNão conheço esse "Cara", o Fábio Leonardo, rs, mas a julgar pelo texto, pela sua identificação por tal música, e pelos comentários elogiosos dos seus amigos, só tenho que felicitá-lo. Belíssima postagem, Thiago... o TH como sempre agregando qualidade!
ResponderExcluirAdoro o texto do Fábio e a escolha da música não poderia ser mais acertada.
ResponderExcluirParabéns, rapazes!