segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

DOSSIÊ TOM JOBIM - TRILHAS SONORAS!


Desta vez farei diferente.
Não vou ater apenas às produções de TV - A obra de Tom é muito vasta e transcende a telinha.
Faremos um retrospecto cronológico sobre os veículos onde nosso querido artista do mês Antônio Brasileiro já encantou com sua obra -além dos nossos corações, claro!
As informações sobre teatro e os filmes foram retiradas do site oficial do cantor e das novelas , by myself!

1) TEATRO (Orfeu da Conceição - peça de Vinicius de Morais de 1956)



O trabalho musical no teatro de mais respaldo com Tom Jobim envolvido foi mesmo essapeça de Vinicius de Morais. Dizem, inclusive, que foi o inicio da longeva e acertadissima parceria de ambos! A peça teve cenários de Oscar Niemeyer e ficou em cartaz no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, posteriormente, no Teatro República. A direção foi de Leo Jusi, e o elenco contava com Haroldo Costa (Orfeu), Dirce Paiva (Eurídice), Léa Garcia (Mira), Cyro Monteiro, Abdias Nascimento no papel de Aristeu (mais tarde substituído pelo único branco de todos, Chico Feitosa, que teve que se pintar de preto! Dentre as várias músicas, encontram-se as clássicas "Lamento do Morro" e "Monólogo de Orfeu"





2) CINEMA (Vários)

A quantidade de películas que prestigiam a obra de Antonio Carlos Jobim é IMENSA! Abaixo, uma relação dos principais filmes que levam as melodias do cantor.

- Pista da Grama, 1958, filme de Haroldo Costa] - Em seu livro "Antonio Carlos Jobim - uma biografia", Sergio Cabral conta:
"...Haroldo Costa havia encomendado a Tom e Vinicius uma obra inédita para a trilha sonora do filme, sendo escolhida 'Eu não existo sem você'. A música foi cantada por Elizeth Cardoso durante uma cena que mostrava uma festa realizada num casarão de Jacarepaguá (...). Acompanhando Elizete nada menos do que João Gilberto ao violão e de Tom ao piano. Choveu muito na hora da filmagem, levando os figurantes que faziam papel de convidados a correrem todos para dentro da casa, o que dificultou muito o trabalho do câmera. Resultado: o filme mostra Elizete cantando, João Gilberto tocando violão, mas não houve ângulo que permitisse à câmera enquadrar também Tom Jobim, razão pela qual os espectadores ficaram com o som do piano, mas sem a imagem do pianista." O filme conta com a participação de Yoná Magalhães e Paulo Goulart.





- Orfeu Negro, 1959, de Marcel Camus. Músicas: "A Felicidade", "O Nosso Amor" e "Frevo". No elenco, Breno Mello, Marpessa Dawn, Lourdes de Oliveira, Lea Garcia, Ademar Ferreira da Silva, dentre outros.


- Pluft, o Fantasminha, 1961, de Romain Lesage.
Aqui, a presença de Tom no filme acontece musicando a letra do Romain, o diretor e realizador do filme (Canção dos Piratas), além de participar como um dos piratas! Atores: Ira Etz, Arrelia, Ivan Junqueira, Don José Cavaca, Yan Michalsky, Renato Consorte, Haroldo Costa, Fábio Sabag, Eugenio Hirsh, Waldir Maia, Sergio Ricardo, Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Lúcio Rangel, Sérgio Porto, Otelo Caçador, Sérgio Ricardo
e o próprio Tom!







- Porto de Caixas, 1961, Paulo Cesar Saraceni. Tom Jobim assume a direção musical e cria duas obras-primas: Derradeira Primaveira (no filme, instrumental) e Valsa do Porto de Caixas. No elenco, Reginaldo Farias, Irma Alvarez, dentre outros.

- Copacabana Palace, 1972, Stefano Vanzina. Tom não participou efetivamente do filme. Apenas pequenas contribuições e a música "Água de Beber"

- Garota de Ipanema, 1967, Leon Hirszman. Um dos mais associados filmes à obra de Tom, com vários hits [Garota de Ipanema, A queda, Tema da desilusão (Garota de Ipanema), Tema de abertura (Garota de Ipanema), Lamento no morro, Surfboard, Ela é carioca] e um elenco devastador: Márcia Rodrigues, Adriano Reys, Arduino Colasanti, Jose Carlos Marques, Irene Stefania, Ruy Sohlberg, Rosita Tomaz Lopes, João Saldanha, Iracema de Alencar, Rubem Braga, Fernando Sabino, Ana Beatriz, Marisa Urban, Joel Barcellos, Ziraldo, David Drew Zingg, Arnaldo Jabor, Vinicius de Moraes, Nelita Moraes, Suzana de Moraes, Nara Leão, Chico Buarque, Baden Powell, Dorival Caymmi, Luizinho Eça, Pixinguinha, Ronnie Von, Luis Lopes Coelho, Luisa Maranhão, Regina Rosenburgo, Noelza Guimarães, Bettina, Dilmer Mariani, Ana Maria Magalhães, Zózimo Bulbul, Caio Mourão, Zaida Araujo, Antonio Carlos Araujo, Celia Bilar, Aloisio Muniz Friere, Theresinha Muniz Friere, Scarlet Maia de Castro, Helio Fernandes, João de Barro.

COMENTÁRIO DE TH: Esse filme é mesmo lendário. Já tive o prazer de contemplar e reassistir várias vezes só pra constataro retrato fiel da leitura de Tom pra o bairro carioca.




-Eu te Amo, 1981, Arnaldo Jabor. Unir dois mestres das artes brasileiras - Tom e Arnaldo, só poderia dar coisa boa! A música-título é uma das melhores de sua carreira e o elenco era perfeito para a época: Sonia Braga, Vera Fischer, Tarcísio Meira, Paulo César Peréio, Regina Casé, Maria Silvia, Flavio Santiago, Catherine Deneuve, Jean-Louis Trintignant.

- Gabriela, 1983, de Bruno Barreto. Quem não se lembra do "Tema de amor para Gabriela". A dupla Tom e Gal Costa decididamente ferveu na trilha sonora desse filme como os músicos principais sob a direção musical de Oscar Castro Neves. Músicas da trilha: Gabriela, Chegada dos retirantes, Tema de amor de Gabriela, Pulando carniça, Pensando na vida, Casório, Origens, Ataque dos jagunços, Caminho da mata, Ilhéus. Elenco: Sonia Braga, Marcello Mastroianni, Antonio Cantáfora, Paulo Goulart, Antonio Pedro, Nelson Xavier, Nicole Puzzi, Nuno Leal Maia.




- Para Viver um Grande Amor, 1983, Miguel Faria Jr. O roteiro deste filme é inspirado na peça de teatro 'Pobre Menina Rica', de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes.
Algumas das composições originais da dupla para a peça 'Pobre Menina Rica' também fazem parte da trilha sonora, cantadas por Djavan, Olivia Byington, e Zezé Motta. Há uma participação de Elba Ramalho cantando 'A Violeira', de Tom e Chico Buarque.
É difícil acreditar que Tom Jobim tenha realmente feito uma direção musical nesta trilha sonora. O crédito parece mais uma homenagem prestada ao maestro pelo diretor Miguel Faria Jr. Provavelmente, Tom colaborou com ideias, escolha das músicas, e orientações gerais. Atores: Patrícia Pillar, Djavan, Zezé Motta, Gloria Menezes, Paulo Goulart. Músicas: O morro não tem vez, A violeira, Imagina (Valsa sentimental), Meninos, eu vi.

- Fonte de Saudade, 1984, Marco Altberg.
Baseado no romance "Trilogia do Assombro", de Helena Jobim, irmã de Tom. A trilha sonora inclui dois boleros, um tango, e um trecho lento extraído da música Bangzália. Tem também uma bela valsa, que Tom sola ao piano. Lucélia Santos encabeçava (muito bem) o elenco, que ainda tinha Norma Bengell, Claudio Marzo, Xuxa Lopes, José Wilker, Paulo Betti, Thales Pan Chacon, Maria Alves, Haylton Faria, Teresa Mascarenhas, Chico Diaz, Daniel Dantas, Joana de Abreu.



3) TELEVISÃO (aqui, apenas citadas algumas produções da Rede Globo)



Tom Jobim também fez parte de um filão de produções teledramaturgicas. Resolvi elencar apenas algumas - e descobri que os autores Gilberto Braga e Manoel Carlos - que costumam sempre dar pitacos na sonoplastia de suas tramas, foram os que mais homenagearam o grande maestro em temas de personagens e nas aberturas das novelas. Citando apenas alguns exemplos clássicos...:


- Espelho Mágico (Lauro César Muniz, 1977 - música: "Vai Levando"). Daniel Filho adorava trazer a obra de Tom às produções da Globo e fez com muita classe nessa novela que tentou fazer a metalinguagem do estilo.

- Brilhante (Gilberto Braga, 1981 - música: "Luiza"). Mais uma vez Daniel Filho é diretor geral da trama e conta uma curiosidade: Tom Jobim fez a música para a abertura da trama, mas alegou que o diretor deu uma rasteira nele, pois na música ele fala dos cabelos de Vera Fisher, e ela teve seus cabelos cortados a mando do diretor, sem saber de nada.



- O Tempo e o Vento (Minissérie de Doc Comparato, 1985). A trilha da minissérie é composta praticamente inteira da obra de Tom Jobim.

- Anos Dourados (Minissérie de Gilberto Braga, 1986 - música: "Anos Dourados"). Nesta excelente minissérie, o tema de abertura era uma versão instrumental do clássico de Tom Jobim.

- O Dono do Mundo (Gilberto Braga, 1991 - Música: "Querida"). Aqui a música de Tom combinava de maneira excelente com a abertura que reproduzia uma sequência do filme "O Grande Ditador" de Charles Chaplin.



Parceria entre Tom Jobim e Manoel Carlos:

As aberturas das 5 últimas novelas de Maneco prestigiavam a bossa de Tom Jobim. As crônicas televisivas do novelista casavam muito bem com os leves arranjos da música de Tom: Por Amor (1997, com "Falando de Amor", cantada pelo "Quarteto em Cy"), Laços de Família (2000, com "Corcovado", cantada por Astrud Gilberto com participação do próprio Tom, João Gilberto e Stan Getz), Mulheres Apaixonadas (2003, com a minha preferida: "Pela Luz dos Olhos Teus", parceria de Miúcha com o Tom), Páginas da Vida (2006, com "Wave", aqui em versão instrumental) e Viver a Vida (2009, Com "Sei Lá, a vida tem sempre razão", mais uma parceria de Tom e Miúcha). Além das aberturas, as trilhas das novelas de Manoel Carlos possuem diversas músicas de Tom Jobim interpretadas por cantores diversos. Por exemplo: em "Páginas da Vida", o autor quis homenagear os 80 anos de Tom em 2007 e, além da abertura, pôs outras músicas dele nas trilhas, dentre elas a bela "Promessas", defendida magistralmente por Nana Caymmi.


********************************

Evidente que está incompleto. Por isso deixo aberto para vocês completarem nos comentários!


TH - Ufa!!!

4 comentários:

  1. "Para viver um grande amor" é meu preferido dentre os descritos. Chioo Buarque, Elba Ramalho...todos enriquecem mais ainda a obra de Tom

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  2. Amei, amei, Tom Jobim era e sempre será o máximo!

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  3. "Querida", abertura de "O dono do mundo" é pra mim a mais querida destas que você cita. É qualquer nota a letra, a melodia e o resultado. Perfeita a utilização de cenas do filme do Chaplin. Parece que houve inclusive, na época, uma discussão a respeito de direitos autorais ou coisa assim, uma polêmica. Eu gosto muito.

    Além disso a-do-ro a versão do MPB4 e Quarteto em Cy, abertura da novela "Por amor".

    O Cazuza disse uma vez em entrevista que assistia "Vale Tudo" todos os dias pra ouvir a abertura: "a minha música na voz da Gal, a maior cantora do Brasil!", ele dizia e ria, vaidoso.

    Já eu confesso: assistia "Por amor" não só pela trama, mas porque gostava de ouvir a música "Falando de amor", cantada na abertura. Era de arrepiar! E eu me arrepiava.

    Aproveito pra declarar o seguinte: gosto do Manoel Carlos. Digo isso porque este é um autor bastante criticado por suas tramas. Acusam o Maneco de alienação em relação as questões sociais e eu até concordo, parcialmente. Mas acho que esse autor é também um pouco incompreendido. Pra começar, ele explora de maneira bastante interessante a psicologia das personagens e eu gosto disso. Depois, tem outra coisa: o texto, se dito da maneira certa, é valiosíssimo! O problema são os elencos, a direção... Já não se fazem mais novelas como antigamente.
    Hoje vi uma cena de "Brega e Chique" com Marília Pera (divina!) e Glória Menezes, uma cena antológica, e então constatei mais uma vez o que acabo de dizer.

    Mas quanto ao novelista Manoel Carlos, registro então meu apreço pelo trabalho dele que, chamo a atenção, retrata o Rio Bossa Nova, um Rio que não existe mais. Ou só existe nos nossos corações saudosistas.

    Desculpe THiago, acho que ocupei espaço demais aqui, mas é que adoro este assunto.

    Um abraço, amigo.

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  4. Marcio...
    Abro um parentese na nossa afinidade musical pra destacar uma outra: eu sou absolutamente alucinado pelas novelas e principalmente pelo texto realista e humano de Manoel Carlos! A gente espera atitudes dos personagens dele, que realmente possuem perfis psicologicos bem delineado pelo autor!
    Concordo tambem nas criticas: o didatismo que se instaurou em suas ultimas tramas acaba cansando, mas o telespectador ainda assim se envolve facil com os dramas oriuntos dos mais variados e estranhos tipos de comportamento humano que ele concebe...
    A parceria Tom e Maneco é fruto da admiração e devoção do novelista para com o maestro.

    O blog não é sobre novela mas qualquer assunto aqui sempre será bem vindo! =]

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