segunda-feira, 12 de julho de 2010

AMIGO MUSICAL CONVIDADO #6 - Paulo Victor Oliveira (12/07)

"Emocional não é circunstancial, mas condicional" PVO

Esse meu querido amigo, estudante de Economia da Ufal tem, dentre tantas coisas outras em comum comigo, a maneira sincera ao se expressar quando escreve e o flerte com a melancolia.
Falando deste sentimento em específico, sempre encontrei beleza na melancolia. Músicas tristes, com pianos docemente dedilhados e violinos inspirados sempre me fizeram ter orgasmos musicais múltiplos, mas eu percebi que é um campo deveras perigoso. Minha experiência de vida me fez ter a certeza de que: "a ausência dói? não se deve, por isso, perder a vontade de viver. Devemos prosseguir, reconstruindo nossa auto-estima com perseverança, lutando contra tudo aquilo que nos faz sentir causadores de nossas desgraças e ruínas.". Hoje só tenho uma pequena paquerinha com a melancolia. Namoro firme mesmo é com a vontade de viver.
Voltando ao dono da seção de hoje, se puder lhe passar alguma mensagem positiva, é que sempre olhe dentro de si e afaste qualquer tipo de sentimento negativo ou pessimista; e que perceba o quanto é talentoso, escreve bem (estreou seu blogue, Estrelas Salpicadas, semana passada) , é inteligente e possui um excelente gosto musical, que o faz hoje enriquecer o nosso EnTHulho, trazendo mais uma parceira certeira do cenário brasileiro: Clara Nunes e Adoniran Barbosa. Há a necessidade de sempre valorizarmos aquilo que nos é bem caro. Não há porque perder o desejo de um ideal positivo; precisamos, sim, apreciarmos nossos pontos mais poderosos e seguir algum norte.
Sempre existe um.
;)


Adoniran Barbosa, estreando no EnTHulho

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Quando terá começado o meu flerte com a melancolia? Não sei. Mas as minhas mais remotas lembranças musicais são de canções tristes feito uma viagem só de ida para o desconhecido. A canção que segue, antes de ouvi-la no rádio ou no disco, ouvi entoada por minha mãe. Um primor de melodramaticidade, numa corda bamba entre o trágico e o cômico. Senhoras e senhoras, seguidores do EnTHulho, "Iracema", de Adoniran Barbosa.


PAULO VICTOR OLIVEIRA


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IRACEMA
Adoniran Barbosa
Adoniran e Clara Nunes


Iracema, eu nunca mais eu te vi
Iracema meu grande amor foi embora
Chorei, eu chorei de dor porque
Iracema, meu grande amor foi você
Iracema, eu sempre dizia
Cuidado ao travessar essas ruas
Eu falava, mas você não me escutava não
Iracema você travessou contra mão
E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato.
- Iracema, fartavam vinte dias pra o nosso casamento
Que nóis ia se casar
Você atravessou a São João
Veio um carro, te pega e te pincha no chão
Você foi para Assistência, Iracema
O chofer não teve curpa, Iracema
Paciência, Iracema, paciência

E hoje ela vive lá no céu
E ela vive bem juntinho de nosso Senhor
De lembranças guardo somente suas meias e seus sapatos
Iracema, eu perdi o seu retrato


TH - Positividade como lema, antes. :)


Um comentário:

  1. Este texto sobre a melancolia me lembrou algo que Proust diz no livro O Tempo Redescoberto: 'A felicidade é salutar para o corpo, mas é a tristeza que desenvolve as forças do espírito' Abraços!

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