terça-feira, 27 de janeiro de 2015

TEMA DE NOVELA ESPECIAL: DOSSIÊ CLARA NUNES!



Estavam com saudades dessa seção?

Sempre foi das mais queridas, de fato. E o EnTHulho, que nunca foi um blogue especializado em telenovelas, recebia inúmeros noveleiros como visitantes sempre que postava um novo dossiê! Já foram "vítimas" dessa seção Alceu Valença, Ney Matogrosso, Marina Lima, Zélia Duncan, Adriana Calcanhotto, Elba Ramalho, Ivan Lins, Milton Nascimento, Tom Jobim e Guilherme Arantes!

Pois a boa notícia é que a seção está de volta, como sempre acompanhando nossos Artistas Do Mês; E, como nesse Janeiro/15 falamos de Clara Nunes, é com ela que retomamos nossos dossiês!



Basta uma rápida consulta no site do meu amigo Nilson Xavier (www.teledramaturgia.com.br) , com o nome de Clara Nunes para constatar que a guerreira nunca foi tão aproveitada nas trilhas de nossas novelas. Não sei o porque, uma vez que seu trabalho sempre foi tão popular e renderia temas inesquecíveis, para personagens tão ricos como os que temos em nosso histórico televisivo.

Cronologicamente, em "O Tchan, a Grande Sacada", novela de Marcos Rey, de 1976, exibida pela Rede Tupi parece ter sido a pioneira. Foi a novela que antecedeu a versão de 1977 de Éramos Seis, e está exatamente no período do auge da nossa Clara, que foi o seguindo quinquênio dos anos 70. Só que essa produção, ao que parece, foi bem problemática, e a música de Clara na trama, "Basta Um Dia", de autoria de Chico Buarque, não foi creditada em nenhum lugar, a nenhum personagem. Ainda sobre a canção, ela também integrou a peça "Gota D' Água" de Chico, e está no disco "Clara", também de 76. 

No final do ano seguinte, 1977, foi a vez de Clara emprestar um grande hit de sua carreira para a pontuar a emblemática produção de Janete Clair: a versão setentista de "O Astro". Nesse momento, Clara estava em voga com muito sucesso e repercussão, logo, "As Forças Da Natureza" foi muito bem escolhida pra integrar a trilha dessa novela que parou o país. 

Estamos agora em 1979, finalzinho dos Anos 70. A novela é "Os Gigantes", de Lauro César Muniz, produção problemática da Globo, um tanto "pra baixo", pois era uma novela em que se falava de doenças, de eutanásia e demais temas mórbidos. Você, noveleiro musical, consegue imaginar nossa Clara, sempre tão sorridente, num clima assim? Pois é, mas ela esteve na trilha, com a música "O Jardim Da Solidão", tema da personagem Veridiana, interpretada pela não menos alegre Susana Vieira! A música era mais intimista que as demais da carreira de Clara, e casou perfeitamente com personagem de temperamento forte, que se tornou a antagonista da anti-heroína Paloma, papel de Dina Sfat!

No ano seguinte, na mesma faixa das 20h da Globo também tivemos Clara Nunes em trilha de novela. Seguindo a linha "samba-intimista" que começou em "Os Gigantes", com esse mesmo estilo, ela pontuou os sentimentos da sofrida "Maria Faz Favor", interpretada magistralmente por Aracy Balabanian. A novela era "Coração Alado", também de Janete Clair, que, como podemos constatar, trabalhava em escala industrial.




Um dos temas mais lembrados de Clara foi "Ai Quem Me Dera", uma música linda de Vinicius de Moraes, bem defendida pela voz límpida de nossa guerreira. Ganhou destaque pois foi o tema da personagem Ana Do Véu, interpretada por Patrícia Pillar na primeira versão de "Sinhá Moça", novela de Benedito Ruy Barbosa de 1986. Vale lembrar que essa música já esteve também na trilha da novela "Um Sol Maior", de 1977, novela da Rede Tupi de Teixeira Filho. Aliás, esse título é o que mais se adéqua à nossa artista do mês :)





Por fim, tivemos Clara também na minissérie de Maria Adelaide Amaral, "Queridos Amigos", de 2008, com seu hit "Conto de Areia" e fica aqui registrada minha sugestão aos sonoplastas de TV: cadê Clara em música de abertura de novela? Ela merece não é?


Deixei passar alguma? Deixe suas críticas nos comentários. Por ora, ficamos, então, com essa que é a minha preferida EVER! ;)


AI QUEM ME DERA
Vinicius de Moraes. Clara Nunes

Ai quem me dera terminasse a espera
Retornasse o canto, simples e sem fim
E ouvindo o canto, se chorasse tanto
Que do mundo o pranto, se estancasse enfim

Ai quem me dera ver morrer a fera
Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor...

Ah se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais

Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim

Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim

Ai quem me dera ouvir um nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E ao fim da espera
Ouvir na primavera
Alguém chamar por mim


TH - ;)


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