segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ÚLTIMA FAIXA: Quem inventou (seu) amor? (Crônica)



[Ao som de "Antes das Seis"]


Como é difícil escrever sobre MITOS.
A própria palavra já expressa bem. São protagonistas "sobrenaturais", que existiram num passado (remoto ou não) e eternizaram-se pra frente e pra sempre.
Não, você não precisa amar Renato Russo. Apenas compreender sua importância e, para muitos, sua excelência.
Na postagem anterior do EnTHulho, um dos convidados versou sobre a importância de RR - que estava na "música que realmente importava". Tradutor de sentimentos paradoxais como amor, raiva, angústia, alegria, suavidade, aspereza, revolta, Renato foi intenso em absolutamente tudo o que fez na vida.
É curioso saber que as pessoas o amaram muito mais após sua morte, e nos remete àquele pensamento basilar de que "só damos valor às pratas da casa quando as perdemos". O volume de homenagens póstumas, coletâneas comemorativas, composições esquecidas, "últimos shows inéditos" e principalmente regravações chega a ser constrangedor. Muitos, por outro lado, adoram sempre ter Legião Urbana e Renato Russo vivos com essas materialidades, esquecendo-se, contudo, que o que mantém banda e ídolo reavivados sempre é algo que importa bem mais...inominado...
Seja no Legião, seja na curta carreira solo, Renato Russo era um rapaz que amava, antes de tudo. O que fazia, meninos e meninas, contar histórias musicadas e a melancolia. E amava como um trovador, que lapida ouro e encanta da forma mais sublime possível.

Falei encanto? Guimarães Rosa fecha essa crônica apontando a classe na qual RR se enquadra: a dos homens que não morrem. FICAM ENCANTADOS!


THIAGO HENRICK






EDITORIAL - SETEMBRO E OUTUBRO DE 2011:





Gostaram do retorno do EnTHulho?
Depois de um período de inatividade, o blogue voltou com força total.
Quer dizer, nem tanto...
A reestreia em Setembro foi excelente, trazendo Marina Lima como artista do mês, a ponto da própria elogiar as postagens em seu Twitter! Matérias bem legais como a do Rock In Rio, Os 20 novos bafões da música brasileira, a estreia das seções "Olhar dos Fãs", "Frase Musical [F.M.]" e "EnTHulho News" deram um quê de movimento ao blogue, aliado às postagens dos amigos musicais convidados Junior Bueno, Bruno Garcia e Eduardo Nassife.
Tudo flores? Não.
Mudei de emprego e, como é sabido, no período de adaptação, acabei não podendo dar ao blogue a merecida atenção durante o mês de Outubro, e Renato Russo foi o maior prejudicado disso tudo. O artista do mês só teve 4 matérias (que ficaram atrasadíssimas). Não cumpri o dever que tinha com seus fãs e comigo mesmo do jeito que precisava ser, mas nem tudo é acerto na vida não é?
Agora, adaptado ao novo trabalho e reorganizando os horários, chegou a vez de reajustar as postagens e seguir, dessa vez com Milton Nascimento como artista de Novembro. Nas redes sociais, lancei o slogan: "Um rouxinol pousou na janela lateral do quarto de dormir anunciando quem seria o Artista do Mês no EnTHulho Musical. Você sabe?". Falaram Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini...até chegar no Bituca. Prova que os mineiros são unidos e quase indissociáveis entre si!
Mas é Milton o artista do mês. Muita música de qualidade, voz de anjo e pão de queijo no penúltimo mês do ano pra vocês. Prometo atualizar e não deixar nenhuma postagem atrasar...

Vai perder?


TH - "Outros outubros virão..."

terça-feira, 25 de outubro de 2011

OLHAR DOS FÃS: VIÚVOS E VIÚVAS DE RR

Os fãs chegaram cedo no quarto dia de Rock in Rio. A expectativa era ENORME e transformou o Concerto Sinfônico Legião Urbana num dos shows mais disputados da noite, deixando claro que o legado de Renato Russo continua vivo na memória do pop brasileiro.
Dia 11 de Outubro completou 15 anos da morte de Renato e EnTHulho Musical colheu algumas opiniões de seus inúmeros viúvos e viúvas. É exagero chamá-los assim? Pode ser, mas a relação de amor com o ídolo e seus súditos é contagiante e transcende o 'normal". Espero que gostem!



"Amo o Renato. E sou o tipo de fã que acredito que ele veio marcar o fim de um tempo.
Fim de um tempo de bom senso, de inteligência, de passar para a música uma revolta pacífica, fazendo com que as pessoas meditem não apenas em si mesmas, mas no próximo, no planeta, na natureza, nas suas ações.
Além disso tudo, não dá para se descrever como ele (Renato) transmitiu tão bem o romantismo, o amor, a família, os amigos, os traumas, isso tudo sem hipocrisia."

Luciano Higino, Teresópolis, RJ.

"Nos dias de hoje ninguem fala igual como ele falava
ninguem pensa igual como ele pensava
ninguem age como ele agia
Hoje estamos ausentes de poetas , pensadores e etc...
E presos ao capitalismo , ao silencio , moda e as cores ;)
Ele faz uma puta falta"

Ronney Santos, Porto Velho, RO

"Gosto muito do Renato Russo e ele está na minha lista "Escreve só pra me atingir" já que suas composições parecem ter sido feitas para me dar alguns puxões de orelha. "

Walter de Azevedo, Santos, SP

"Sou viúva dele porque o Renato traduzia sentimentos, a nossa revolta, a indignação com a indiferença com a banalidade da violencia... Ele fez tanto! Sua música transcende o tempo, em todas as épocas ela será atual, a não ser quando houver realmente uma melhora nas pessoas...
A sua percepção da vida era fantástica...a criatividade do tamanho do universo!!

Eu tive o privilégio de crescer com esse ser humano incrível como referência. As festas eram regadas a Legião Urbana, as músicas tinham mt mensagem para os jovens...de uma sensibilidade e ao mesmo tempo uma força...

Viva Renato Russo, sempre!"


Adriana Sá. Vila Velha, ES.

Renato fazia uma música que realmente importava. Pude contemplar shows do cantor e vi o quanto ele era cri-cri com detalhes de palco, de passagens de som. Era caxias e dava piti mesmo, na frente do público. Porque estou dizendo isso? Pra provar a verdade com a qual ele sempre transpareceu em suas letras e sua música. Intérprete senspivel, compositor eterno e um puta profissional, pra sempre será meu ídolo!

Wanner Francisco, Teresina, PI

"Passei a amar Renato Russo quando entendi "Daniel na Cova dos Leões". Não era apenas para mim, que tenho esse nome. Traduz todos aqueles que se sentem perdidos e prestes a serem devorados pelas garras da sociedade hipócrita que Renato tanto denunciava.
Não sei se conseguiria conviver com alguém com uma mente tão conturbada como ele, porém a cada música, cada entrecho, fico admirado e penso: "puta que pariu - esse cara está falando da minha vida"

Walcyr dos Santos, Salvador, BA

"Não há palavras pra descrever o quanto ele foi importante pra música brasileira, e principalmente pros fãs. Não há alguém que num dado momento não se indentificou com uma de suas músicas, fosse ela anarquista ou ultra-romantica.
Foi um ótimo ser, apesar das péssimas "marcas de ser humano". Seria o único a acompanhar meus pensamentos aparentemente soltos, com uma teia os ligando. Seria um ótimo companheiro. "

Thais Abs, São Paulo, SP.



TH - Lendário legado legionário.

domingo, 23 de outubro de 2011

ENTHULHO NEWS - # 01 (Outubro/11)




MARISA DE VERDADE!

Em Setembro, Marisa Monte lançou na internet sua nova música, quebrando o jejum de 5 anos sem lançamentos inéditos: "Ainda Bem" (com participação de Arnaldo Antunes) não tem apenas o mesmo título da música de Vanessa da Mata, mas também a mesma temática! A canção, propícia para bombar nas rádios e nas novelas torceu o nariz dos fãs mais conservadores e xiitas - que não devem se lembrar que Marisa trilha normalmente por coisas mais "classudas", ao mesmo tempo em que entoa sem vergonha no brega, sem descer de seu salto de deeva!
Agora em Outubro, no dia 14, houve o pré-lançamento de seu novo álbum, "O Que Você Quer Saber de Verdade". Ainda estou estudando o álbum para tecer um parecer melhor, mas, de antemão, já alardo: "DIFERENTÃO"!


ARTE PLURAL

2011 parece ter sido o ano em que os fãs de música brasileira criaram mais expectativa diante de novos lançamentos. Além de Marisa, Gal Costa faz com que fãs tenham surtos de ansiedade ao adiar seu tão esperado lançamento de disco inédito, só com canções de Caetano Veloso (o último de inéditas da cantora só fora lançado em 2005, o controvertido "Hoje"). Ambos estiveram em uma entrevista histórica na revista "Rolling Stone", de Julho, num clima bem intimista de velhos parceiros músico-pensadores. Recomendo bastante a leitura! Lenine acaba de apresentar seu novo trabalho, "Chão", na internet (http://www.lenine.com.br/landing/#). Uma entrevista muito bacana do cantor concecida ao Top TV Z pode também ser conferida aqui (http://toptvz.com.br/noticias/Lenine-lanca-novo-album-e-fala-sobre-o-trabalho-em-entrevista--assista-ao-video). Chico Buarque foi o campeão das expectativas com seu "Chico", lançado em meados deste ano, depois de um período inteiro dedicado à literatura. O cantor já está de volta aos palcos, lotando vários teatros (e isso por que tem gente que não perde tempo em rechacá-lo por conta de sua voz...).

E MAIS LANÇAMENTOS...!

O ex-Mutante Arnaldo Baptista ressurge das cinzas com um trabalho solo novo. Batizado de Esphera, e entre músicas novas traz uma versão de ‘Singin’ Again’, uma das músicas inéditas em disco gravada em 1978 para o álbum Elo Perdido de Arnaldo com a Patrulha do Espaço. Mariana Aydar volta um tanto prematura do seu conceituado "Peixes, Pássaros e Pessoas", porém não decepciona nadinha com "Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo", interamente dedicado a Dominguinhos, seu 'mentor". Pra quem não sabe, a moça foi a idealizadora do filme "Dominguinhos Volta e meia", o que comprova sua devoção total ao mestre! Marcelo Camelo lançou em Abril seu segundo solo, "Toque Dela", com participação de Mallu Magalhães, Marcelo Jeneci e da banda Hurtmold. E por que ele está aqui, numa seção de novidades? É que eu só o escutei essa semana e A-MEI! *smiley envergonhado*


E TEM DICA DE SHOW?


A recomendação de show dessa edição do "EnTHulho News" é Roberta Campos, que tornou a noite da última quinta feira (20), no Sesc Pompeia (SP) inesquecível com seu show "Varrendo a Lua". Lembro-me da cantora, de forma bem humilde, divulgando seu trabalho no Twitter ano passado, e foi pela rede social que tive contato com ela e sua sensibilidade que se destaca. A forte presença cênica e dedicação a favor da música certamente são diferenciais poderosos nessa profusão de novas cantoras surgindo a rodo. Altamente recomendada!

E O ROCK IN RIO, JENT?


ROCK IN RIO 4 ...EU VOU...FICAR EM CASA!
Estivemos diante da mais apática edição do festival, sem grandes shows ou polêmicas. Os tempos do "politicamente correto" são um saco. Duas passagens, contudo, se destacaram: a declaração de Christiane Torloni, chapada, sobre o festival virou um hit da internet ("Hoje é dia de rock, bebê!") e Cláudia Leitte, a "Carlinhos Brown" da vez, sem direito à garrafadas, porém trolada das maiores formas possíveis por suas declarações de estrelismo contra as atrações internacionais e aos roqueiros furiosos com seu show. Uma carta circulou pela internet, e o EnTHulho Musical tem O MAIOR PRAZER em reproduzi-la!


"Cara Cláudia,

Tive o desprazer de ler sua postagem sobre as criticas recebidas por seu show no Rock in Rio. E confesso que me assustei com o que li. A forma como a senhora tratou os que a criticaram em nada difere da postura deles. Foi arrogante, se colocou como falsa-humilde que esconde a pseudo superioridade.

Dizer que quem a criticou por sua duvidosa apresentação é gente desocupada é um tanto quanto controversa. Afinal, a senhora mesmo os criticou em seu blog. Talvez também não tenha o que fazer, então...

A senhora não foi respeitada porque não respeitou primeiro. Teve a mesma soberba de outro artista que levou uma chuva de garrafas na edição passada. Chegou querendo impor e se impor, esquecendo-se de que não estava em um terreno “seu”. É fácil ser estrela em uma micareta, mas deve ser foda saber que não era a artista principal da noite no festival em que tocou, não?

Nem todos são tão radicais como a senhora se colocou em seu blog. Em 2001, estive no Rock in Rio III para assistir ao show do Neil Young. Antes, entre outras bandas, assisti a apresentação de Elba Ramalho e Zé Ramalho, notoriamente não-roqueiros. E, sem surpresa alguma, um público de quase 130 mil pessoas aplaudiu, dançou, cantou e respeitou o trabalho de ambos. Tocaram forró, frevo e tudo mais... E por que o público teve esse prazer e respeito? Porque ambos são artistas que, fora dos palcos, possuem carisma, humildade, competência e talento para saber lidar com as diferenças. E respeitaram o público que estava diante deles.

Pois bem: pode-se dizer, aparentemente, que sou um roqueiro ofendido com a forma como tratou aqueles que gostam de rock e não gostam de axé. Ok, assumo meus preconceitos em relação a esse tipo de música. Mas não sou xiita como a senhora se colocou em relação aos roqueiros. Ano passado estive em um show da Ivete Sangalo em minha cidade. Nunca, em sã consciência, iria a um show desse. Mas fui por razões profissionais. E gostei do que vi, mesmo não gostando do ritmo.

E por que gostei? Por causa da forma como a cantora tratou seu público e, principalmente, a maneira como se portou fora dos palcos, respeitando, sim, as diferenças. Nunca vi ninguém conquistar minha simpatia da maneira como dona Ivete conquistou aquele dia. Continuo não gostando de sua música e de seu estilo musical, mas passei a respeitar muito a artista.

Por falar nela, a referida postagem em seu blog apenas levantou a bola na área para que Ivete fizesse um gol de placa e te mostrasse como conquistar outros roqueiros em um festival que leva o nome de “rock”. Mas isso deve doer mais do que qualquer outra critica que nós, reles mortais, possamos desferir em sua leittosa direção.

E só uma dica: não use mais o nazismo como forma de reforçar uma idéia. Isso demonstra falta de argumentos e preguiça mental, pois sabe que todo mundo sempre rechaçará qualquer atitude parecida com a do “ariano”. Lembre-se que o próprio arrastava milhares de pessoas por onde passava, falava com eles de cima de um palco e dizia que quem estava contra ele era ignorante e, provavelmente, não tinha o que fazer na sua doentia concepção. Nesse caso, sua postura não difere muito da do ariano, não... Ele generalizou os judeus, você generalizou os roqueiros. Ambos diante de uma multidão de fãs.

No auge de sua soberba, a senhora chega inclusive a tratar roqueiros como seres desprovidos de inteligência mesmo que remota, já que pede para entrarem no Google e pesquisar sobre o “ariano que se achava superior aos judeus”. Aposto que se fizer uma enquete entre seus fãs, muitos sequer saberão escrever Hitler... quiçá saberão quem foi! Mas o que esperar de alguém que compra um DVD da senhora, não?

Dizer que um roqueiro se acha superior por conhecer Metallica ou Coltrane é o mesmo que se sentir gostosa por fazer um clipe com ex-Menudo recém saído do armário. Quem esfrega o que na cara de quem?

Mas é sempre assim, não? Quem critica o faz por inveja, queria estar no seu lugar, em cima daquele palco, não é? Claro: o mundo inveja Cláudia Leitte... que humildade, que modéstia, que exemplo!

O pior é vê-la criticando os artistas internacionais por atraso, por mostrarem a bunda, por não conseguirem “conciliar a respiração com o canto” – clara alusão à Katy Perry, que NÃO foi vaiada no mesmo dia em que a senhora se apresentou, mesmo ofegante.

Os critica por que? Posso usar sua mesma forma de pensar e achar que está com inveja deles? Olha, acho que posso... Releia sua frase:

“pouco se importam conosco, querem beijar na boca, ir à praia e tomar nossa cachaça, e nós, que pagamos caro para assistir aos seus ‘espetáculos’ em nossa terra, aplaudimos a tudo isso”.


Falou a senhora conhecida por uma música cujo refrão é “eu quero mais é beijar na boca”!

Sinto um enorme ressentimento vindo dessa frase... Porque os que pagaram caro para ver o show dos internacionais também pagaram caro para ver o seu show – e seus outros shows não devem ser baratos, também. Mas eles cobraram mais cachê, não é? Acho que isso que deve doer...

Talvez um dia a senhora consiga alugar um “garden” qualquer pra alavancar sua carreira internacional e, quem sabe, gravar um single com algum desses mesmos artistas que criticou. DUVIDO que vá falar: “não aceito porque você foi ao Brasil, atrasou o show, beijou na boca e bebeu cachaça!”.

Assim como você disse ter gente honesta trabalhando com você, eles também possuem gente honesta trabalhando com eles. Mas a senhora também não respeitou isso...

Enfim: perdeu uma ótima chance de ficar quieta.

PS: se tem mesmo todo esse respeito por Rita Lee, nunca mais faça um show em um rodeio, ok? Não importa o quanto paguem, o respeito que tem por ela não deve ter preço, certo? "




E OS ANIVERSARIANTES DE OUTUBRO??


03/10 - ADRIANA CALCANHOTTO
03/10 - ZÉ RAMALHO
07/10 - PITTY
11/10 - JORGE VERCILO
11/10 - LOBÃO
11/10 - 15 ANOS SEM RENATO RUSSO, NOSSO ARTISTA DO MÊS!
13/10 - FAGNER
13/10 - MARGARETH MENEZES
14/10 - KIKO ZAMBIANCHI
15/10 - BYAFRA
16/10 - AGNALDO TIMÓTEO
16/10 - LEILA PINHEIRO
19/10 - VINICIUS DE MORAES
26/10 - MILTON NASCIMENTO
28/10 - ZÉLIA DUNCAN
28/10 - NELSON CAVAQUINHO


GOSTA DE MPB? QUER NOVIDADES? AQUI É O LUGAR!



Criado em Agosto, o "Clube da MPB" hoje invade as redes sociais juntando fãs do estilo, sempre com novidades quentes e relevantes dos melhores artistas brasileiros. Conta com apoio de fãs clubes dos astros, com notícias atualizadas de discos, entrevistas, shows e novos talentos! Claro que um grupo assim não poderia deixar de ser parceiro do EnTHulho! Quem tiver interesse, siga o Twitter @EuAmoMpb ou filie-se ao Facebook do grupo (https://www.facebook.com/ClubedaMpb)



TH - ATÉ A PRÓXIMA!

sábado, 22 de outubro de 2011

UM EQUILÍBRIO BEM DE PERTINHO...

1995. 13 anos.

Tardes de dia da semana (escola era de manhã). Ainda não tinha meu microsystem (só ganharia em 1996) e meu walkman estava sem pilha. Enfurnei-me no quarto de minha tia e passei a tarde inteira ouvindo música no som dela (ela morava morava comigo - aliás, esse hábito de ouvir som quando ela não estava era algo que fazia com frequência).
O que eu ouvia naquele ano? Dance music poperô Jovem Pan, trilhas de novela ("looking back....over my shoulderrr"), Titãs, Mamonas Assassinas, Cássia Eller, Bon Jovi, Madonna, Alanis Morissette (que se tornou minha musa naquele mesmo ano)...era um gosto meio indefinido, não possuia critérios e consumia o que me dispusessem e pronto. Ora vinha coisa de qualidade (foi nessa leva que me embriaguei de Jamiroquai, que conheci com "Space Cowboy"), ora não (e evitemos lembrar...). Em meio a tanta parafernália musical ouvi uma voz conhecida entoado uma baladinha açucarada em italiano. La Soletutine, na voz de Renato Russo...vocalista do Legião Urbana.

Climão...

Legião Urbana até então era uma banda que eu respeitava bastante, apesar de não ser exatamente um fã. Adorava "Perfeição", com um clipe fotograficamente muito belo e um discurso acentuado, lançado pouco tempo antes, além de hits ultra conhecidos como "Será", "Pais e Filhos", "Tempo Perdido", "Ainda é cedo" e tantos outros...era um admirador distante, porém o suficiente pra torcer o nariz ao ouvir Renato cantando declarações de amor em italiano, da maneira mais brega possível.
Logo, minha primeira impressão negativa se estabeleceu. Rechacei tudo o que não representasse o belo Renato Russo roqueiro e discursante. E mesmo em 1996, quando ele morreu, nada me fez despertar curiosidade pra me aprofundar na tal carreira solo dele, por puro preconceito.

2001: 19 anos.

No calor do Napster e toda a baixaria (nos dois sentidos) de músicas no computador, eu ainda era um dos remanescentes que ainda se valiam de locar cds e gravavam em fitas K7 em casa (pouco tempo depois, passei a pedir pra amigos emprestarem as gravadoras de CD deles, que na época duravam uns 10 minutos para reproduzir as cópias...). Havia locado o acústico da Cássia Eller, lançado em meados daquele ano, só que, ao abrir a capinha, dei de cara com o Equilíbrio Distante bem de perto...o CD estava errado! Claro que tive vontade de xingar e devolver imediatamente, porém já era 18h e a locadora já estava fechada. Fiquei em casa.
Ouvi o disco. Numa outra oportunidade, num outro momento, em meio a auto-descobertas e pulsações afetivas novas. Não deu outra: surtiu um outro efeito.
As faixas são dotadas de uma sensibilidade deliciosa. Renato estava apaixonado - os sentimentos se confundiam com os meus. O que antes soava brega neste momento traduzia meus anseios e melancolias absortas. Impossível não ouvir "Gente" e não relembrar aquela noite de redescobertas...

Claro que daí fui fuçar - destituído de preconceitos, toda carreira solo do cantor e vi que tudo fazia sentido. O lançamento solo anterior, o polêmico "The Stonewall Celebration Concert" foi incisivo para demonstrar toda dor do incidente de Stonewall, da rebelião em Nova Iorque que chacinou gays em 1969. E o disco em italiano seria um retorno às origens do Mr. Manfredini, que possui ascendência italiana. Sobre o teor brega do disco, minha visão hoje é menos crítica devido ao seguinte: o amor é brega. E só constata quem o vive. Por puro preconceito, quase fiquei "distante" de contemplar um disco sentimentalmente e melancolicamente rico, onde o cantor doa sua alma (inclusive atormentada pelos últimos anos de luta contra o vírus do HIV). Tudo o que ele queria era celebrar o amor - no estado mais puro e humano que encontrou.


E conseguiu!


Obs.: A capa do disco, que se encontra no início da matéria, foi desenhada pelo filho de Renato, Giuliano Manfredini, e as imagens representam representam o Pão de Açúcar, o Estádio do Maracanã, o Coliseu e a Torre de Pisa.

Obs2.: Preferidas? "I Venti del Cuore", "Lettera" e "Gente".




VENTO DI CUORE
Interpretação: RR

Campi di lavanda e l'auto che va
Dietro quei cipressi la strada piegherà
E passata la collina chissà,
Se la casa come un tempo mi apparirà.

Ed ogni volta che ti penso eri là
Quel sorriso in tasca largo ed incredulo
Quanti bimbi e cani avevi intorno
E che chiasso di colori al tramonto

E i ricordi si confondono, là dove non vorrei
Le memorie poi s'increspano e non so più chi sei
E i venti del cuore soffiano e gli angeli por ci abbandonano
Con la fame di volti e di parole
Seguendo fantasmi d'amore, i nostri fantasmi d'amore

E mi sembrava quasi un'eternità
Che non salivo scalzo sopra quel glicine
in penombra ti guardavo dormire nei capelli tutti i nidi d'aprile

E le immagini si perdono, fermarle non potrei
E le pagine non svelano, chi eri e chi ora sei
E i venti del cuore soffiano e gli angeli poi ci abbandonano
Con la voglia di voci e di persone
Seguendo fantasmi d'amore, i nostri fantasmi d'amore
Seguendo fantasmi d'amore, i nostri fantasmi d'amore
Quando i venti del cuore soffiano Seguiamo fantasmi d'amore, i nostri fantasmi d'amore


TH - Quem não tem os seus?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

AMIGO MUSICAL CONVIDADO # 37 - Eduardo Nassife!



Muita gente, ao ver o Eduardo pela primeira vez, já deve ter se intimidado com o semblante "sisudo" que ostenta (eu!). Mais ainda quando fica sabendo que o rapaz do Rio de Janeiro foi co-autor da biografia "40 anos de Glória", dedicada à sua musa Glória Pires (eu!) e que atualmente é colaborador de Aguinaldo Silva, na equipe da novela "Fina Estampa", além de ter participado da turma Master Class. O currículo assoviável, contudo, não o deslumbra. Ao conhecê-lo, constatei estar diante de uma pessoa franca, simples e divertida. Falei divertida? O rapaz é um verdadeiro palhaço, que tira onda com tudo e faz rir com facilidade. Adora falar abobrinhas e cativa justamente na simplicidade.
O contato com o moço ainda está no início, mas já dá pra "pescar" coisas de sua personalidade. A persistência talvez sua mais óbvia característica, auxiliada, claro, por seu signo Leão. Também as críticas contundentes que faz diariamente em seu perfil no Facebook demonstram o quão seguro em suas argumentações é. E também seu gosto cultural - sempre com boas recomendações em teledramaturgia, cinema, teatro e música. Música? Sim, chegamos ao nosso espaço! Dei o desafio para que me dissesse qual música brasileira teria a capacidade de lhe traduzir e, como bom brasileiro que é, escreveu um belo e curioso relato onde, "além de mostrar sua cara", discorre sobre um clássico que marcou o cancioneiro nacional, sobretudo pela interpretação enérgica e poderosa de Gal Costa. Cazuza já disse, naquele final dos anos 80: "das grandes alegrias que tenho nessa vida, uma delas é ouvir Gal entoando minha música na abertura no horário nobre".

Das grandes alegrias que o EnTHulho tem na história do blogue, é contar sempre com gente inteligente e com algo musical a dizer!


"Desde pequeno, sempre fui muito ligado às artes, principalmente ao Cinema, TV e à Música. Esta última, em grande parte por conta do meu pai. Cresci ouvindo Elis Regina, Maria Bethânia, Gal, Caetano, Lulu Santos, Djavan, entre outros. Meu pai sempre teve bom gosto musical. Imagino quais opções ele teria hoje em dia, pois ele cresceu ouvindo que o Brasil seria o “país do futuro”, mas o que vemos até agora é um retrocesso em todos os âmbitos: moral, ético, cultural, que me pergunto se o futuro que tanto falavam realmente existe.
A música, depois de um tempo, sempre esteve atrelada a mim através de trilhas sonoras de filmes e novelas. E a minha predileta, VALE TUDO, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères é, até hoje, irretocável.
Sua abertura, uma colagem de imagens que enalteciam e denunciavam um Brasil egresso da Ditadura Militar, era o grito engasgado de milhões de brasileiros que, naquele distante ano de 1988, parece ecoar até os dias de hoje, visto que nada mudou. Só piorou. “Brasil”, de Cazuza, embalava esse clamor de liberdade e incerteza com uma brilhante interpretação de Gal Costa.
Que Cazuza era um gênio é redundante dizer, mas Gal imortalizou de tal forma essa música que ela me transformou. Como pessoa. Como profissional. Cresci querendo fazer as mesmas denúncias que a novela buscava fazer, através de personagens tão inesquecíveis quanto ela própria.
Desde então, “Brasil” é uma espécie de hino para mim. Cada vez que eu a ouço, ela me faz viajar – pra dentro de mim mesmo – e me dá a certeza de que eu, enquanto formador de opinião, farei a minha parte para se não banir, pelo menos, frear esse retrocesso pelo qual fomos acometidos. Se eu, assim como aquele trio de autores, conseguir fazer o Brasil de hoje – mas ainda com os mesmos problemas de ontem – passar na TV e mostrar a sua cara, “Brasil” terá valido a pena."



EDUARDO NASSIFE

Pesquisador da novela Fina Estampa e co-autor da biografia "40 anos de Glória"


***************************************************************************************Sócios do Brasil!


BRASIL
[Cazuza - Gal Costa]

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Pra só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...



TH - Emblemática!






quinta-feira, 6 de outubro de 2011

F.M. [Frase Musical] # 02



TH - Nobre conterrâneo!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

ARTISTA DO MÊS: RENATO RUSSO!





"Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu." (R.R.)


Nesse mês de Outubro, o EnTHulho Musical percorrerá por um caminho bastante perigoso: tentar traçar a vida de Renato Russo, justamente quando faz 15 anos de sua morte. Porque perigoso? Por que o novo artista do mês é desses monstros sagrados da música brasileira, onde qualquer coisa que se discorra fora de lugar é capaz de desencadear uma discussão infindável.
Primeira coisa a ser dita: após a morte do cantor, é inquestionável a quantidade de fãs que ele adquiriu, como também o excesso exorbitante de regravações dos clássicos da Legião Urbana, o que, em determinado momento, desagradou aos remanescentes do grupo, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá. Algo também muito importante: aqui se falará de Renato Russo, e não de Legião Urbana, apesar de que, em algumas ocasiões, o cantor fosse mesmo a alma do grupo, embora não fosse o único: tanto Marcelo quanto Dado depositaram suas veias artísticas e fizeram da banda a mais lendária do rock nacional!
Como definir Renato? Conheço várias pessoas, fãs das composições do cantor/trovador que já, inclusive, tentaram se visualizar como namorado(a) dele, nas composições sobre relacionamentos. Ou que já se imaginaram sentando à mesa de bar com ele para falar de política, de música. Outros condenam a suposta mente perturbada que ele ostentava, ou até seu jeito temperamental, que lhe fazia dar pitis com problemas de som, com atrasos (apesar dele os cometer também), com falta de profissionalismo (idem). Então, vamos tentar parar com definições ou classificações - não há consenso com artistas como ele!
A obra fala por ele. Ela que se encontra imortalizada e, por décadas, soará como atual. Faz (e sempre fará) as pessoas ouvirem e pensarem: "puta que pariu, esse cara está falando da minha vida!". Seja na maneira reacionária dos primeiros anos de carreira, quando atacou a política e defendeu a juventude como poucos, ou então quando deixou a crítica de lado e focou-se nas declarações de amor para seus bofes, Renato fez tudo com uma verdade tão intensa que conquistou, inevitavelmente, inúmeras "identidades afetivas" apelidadas de fãs.
Diante de tantas "homenagens póstumas", "lançamentos de shows inéditos", "caça-níqueis disfarçados de discos de duetos", ficamos com a poesia que, no final das contas, é a que permanece imune e eterna.

"Eu continuo aqui...
com meu trabalho e meus amigos...
E me lembro de você em dias assim...
Um dia de chuva...um dia de sol...
E sinto que não sei dizer..."




BIOGRAFIA (Retirada do "Memorial Renato Russo")

Renato Manfredini Júnior nasceu no dia 27 de março de 1960 no Rio de Janeiro.
Renato Russo é considerado por muitos fãs o irmão mais velho de toda uma geração. Uma geração que ele mesmo batizou de Coca-Cola. Desde 1985, quando a Legião Urbana lançou seu primeiro disco, até hoje, milhões de fãs, de diversas idade, classes sociais e culturas diferentes se sentiram profundamente tocados pelas letras do cantor.
Considerado por alguns como o líder quase messiânico dos jovens, Renato Russo refutava veeementemente essa idéia, dizendo que era apenas um cantor que cantava o que as pessoas gostavam e queriam ouvir. Renato Manfredini Júnior (seu verdadeiro nome) nasceu no dia 27 de março de 1960, às quarto horas da manhã, na Clínica Santa Lúcia, em Humaitá, no Rio de Janeiro. Aos sete anos foi morar em Nova Iorque, após seu pai, funcionário do Banco do Brasil, ser transferido para os Estados Unidos.

15 anos
Renato sofre de uma doença rara chamada Epifiólise, que tira os movimentos de suas pernas.
Em 1969 a família Manfredini volta para o Rio de Janeiro, mais precisamente para a Ilha do Governador onde ficam morando até 1973, quando mais uma vez seu pai é transferido, desta vez para Brasília.
Aos 15 anos, Renato Russo sofre de uma doença rara chamada Epifiólise, que tira os movimentos de suas pernas, fazendo com que ele passé o tempo todo sentado ou deitado. O período da doença dura dois anos onde Renato estudou e leu muito, tanto que em 1977 passa direto no vestibular de jornalismo da CeuB.

The 42nd Street Band
Renato começa a esboçar os primeiros desejos de se tornar músico.
É nesse período da doença que Renato começa a esboçar os primeiros desejos de se tornar músico. Em sua imaginação ele cria uma banda chamada 42nd Street Band, na qual ele era o vocalista e se chamava Eric Russel. Pela primeira vez o seu nome artístico começava a aparecer. “Russel”era uma homenagem a um dos seus filósofos favoritos, o ingles Bertrand Russel. Mais tarde, o “Eric Russel” daria lugar ao conhecido “Renato Russo”.

O embrião…
Renato começa a se envolver com o movimento Punk.
Totalmente recuperado da doença, Renato começa a se envolver com o movimento punk criado em Londres nos anos 70. Calças rasgadas, alfinete na orelha eram o suficiente para chocar a sociedade brasileira da época.
Em 1978, já aos 20 anos, Renato Russo realiza o seu primeiro show com músicas próprias no bar Só cana, em Brasília. O Aborto Elétrico ia bem até que André Pretorius deixa a banda para prestar o serviço military na África do Sul. A banda então ganha dois integrantes: Flávio Lemos e Ico Ouro Preto. Nesse ano Renato conhece Dado Vila-Lobos e Marcelo Bonfá.

Trovador Solitário
Renato passa a compor com mais intensidade e a realizar shows onde ele toca violão e canta sozinho.
No ano seguinte, o Aborto Elétrico acaba por causa de diversas brigas entre Renato Russo e o baterista Fê Lemos. Renato passa a compor com mais intensidade e a realizar shows onde ele toca violão e canta sozinho, ficando conhecido como o Trovador Solitário. É nessa época que alguns clássicos do rock nacional como “Eu Sei” e “Química” foram escritos por Renato.

Legião Urbana

Renato convida Marcelo Bonfá para formarem uma banda chamada Legião Urbana.
Sabendo do talento de Renato, o baterista aceita imediatamente e convida o guitarrista Eduardo Paraná e o tecladista Paulo Paulista para fazerem parte da nova banda. Paraná também deixa a Legião Urbana para estudar violão clássico em Tauí, interior de São Paulo. Um mês depois de entrar na banda, Ico Ouro Preto também sai da Legião e finalmente em março de 1983 é convidado Dado Villa-Lobos para assumir definitivamente a guitarra.

EMI Odeon
A Legião Urbana faz seu primeiro show no Rio de Janeiro e é convidada pela EMI Odeon para gravar uma fita demo.
A Legião Urbana começa a fazer sucesso e diversas fitas com shows piratas da banda são trocadas por fãs de toda parte do país. Com o sucesso do primeiro disco do Paralamas do Sucesso, onde a música “Química” foi gravada, a banda começava a interessar grandes gravadoras. Em 23 de julho a Legião toca pela primeira vez no Rio de Janeiro, no Circo Voador, e é convidada pela EMI Odeon para gravar uma fita demo.

1984
A Legião Urbana fecha contrato com a EMI e Renato volta para o Rio de Janeiro.
No ano seguinte, Renato Rocha é convidado por Bonfá para assumir o baixo da Legião Urbana, deixando Renato Russo mais livre para cantar. Em outubro de 1984 a Legião fecha contrato com a EMI e, em janeiro de 1985, lança seu primeiro disco, com sucessos como “Será”, “Ainda é Cedo”, “Geração Coca-Cola” e “Por Enquanto”. Em agosto, os integrantes da banda deixam Brasília e vão morar no Rio de Janeiro. Renato volta para sua antiga casa na Rua Maraú, na Ilha do Governador.
Com o sucessos do primeiro disco, Renato Russo começa a compor muitas músicas para o novo trabalho. A banda desejava lançar um disco duplo chamado Mitologia e Intuição, mas acabou lançando um disco simples, com 12 faixas. Para muitos, Dois, gravado entre janeiro e março de 1986 é o melhor disco da história do rock nacional.
Em dezembro de 1987 é lançado o terceiro disco da banda, Que País É Este, com músicas compostas na fase do Aborto Elétrico. A Legião Urbana começa a ganhar status de maior banda de rock do Brasil, o os seus shows estão sempre lotados. Estoura nas radios de todo o Brasil o épico “Faroeste Caboclo”, uma paulada de quase dez minutos e 159 versos, nenhum repetido.

Estádio Mané Garrincha
A banda enfrentou um dos piores momentos da sua carreira.
Em dezembro de 1988 outro fato marcaria profundamente a Legião Urbana. O baixista Renato Rocha sairia da banda após diversas divergências com os outros integrantes. A Legião Urbana deixava de ser um quarteto para ser um trio.
Renato Russo assumiu novamente o baixo nas gravações do disco As Quatro Estações, lançådo em novembro de 1989, consumindo dezesseis meses de gravação.
Após o disco pronto, Renato Russo viaja para São Francisco, nos Estados Unidos. É ali que começa a imaginar a sua carreira solo que só viria a se tornar realidade em 1994.

As Quatro Estações
Lançado em novembro de 1989, estoura em todo país.
Vendendo mais de um milhão de cópias e lançando de vez a Legião Urbana para o estrelato. Nos dias 11 e 12 de agosto de 1990 a Legião fez dois impressionantes shows no Parque Antártica, em São Paulo, para mais de 80mil pessoas. Os fãs, cada vez mais fervorosos, acompanham cada passo da carreira de Renato Russo e fazem um trocadilho com o nome da banda a chamando de “Religião Urbana”, fato que incomoda profundamente o cantor, que rechaçava essa idéia.
Em dezembro de 1991 o disco V é lançado pela EMI Odeon. Nessa época Renato enfrentava uma séria crise com drogas e álcool, e a turnê de divulgação do disco foi cancelada em Natal, no Rio Grande do Norte, apenas um mês após seu início.

Acústico MTV
A Legião Urbana gravou no Hippodromo, em São Paulo, o especial Acústico MTV.
O Acústico foi lançado sete anos depois, em outubro de 1999, em video e em cd. No dia da gravação Renato Russo cantou a música “Hoje A noite Não Tem Luar”, uma versão para a música dos Menudos. Em dezembro de 1992 é lançado o disco Música para Acampamento, com diversas gravações realizadas entre 1984 e 1992.

The Stonewall Celebration Concert
Renato Gravaria seu primeiro disco com 21 músicas em ingles.

A carreira solo
O disco O Descobrimento do Brasil é lançado em novembro de 1993, e a música “Perfeição” fica em primeiro lugar nas radios de todo o país. A excursão do disco começou apenas em junho de 1994, poise m fevereiro e março Renato gravaria seu primeiro disco solo: The Stonewall Celebration Concert, com 21 músicas em ingles. Os royalties do disco foram doados para a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida, campanha do sociólogo Betinho.



1995: O ultimo show da história da Legião Urbana
Feliz com o resultado do seu primeiro disco solo, Renato viajaria com Gilda Mattoso para a Itália, a fim de iniciar uma pesquisa para seu próximo disco solo, todo em italiano. Logo após a sua volta da Europa a Legião faria um show em Santos, na Reggae Night. Durante a apresentação Bonfá foi atingido por uma lata de cerveja. Em protesto, Renato Russo passou boa parte da apresentação, deitado no chão, olhando seu relógio. Era 14 de janeiro de 1995, e aquele foi o ultimo show da história da Legião Urbana.
Renato dedicou o restante de 1995 para as gravações do segundo disco solo, Equilíbrio Distante, lançado em dezembro do mesmo ano. No início de 1996, a Legião Urbana começa as gravações que resultaram no disco A Tempestade. Mais de 30 faixas foram gravadas, apenas 15 lançadas em setembro.

1996
Morre Renato Russo em seu apartamento na rua Nascimento Silva, em Ipanema.
No dia 11 de outubro, 1h15, more Renato Russo em seu apartamento na rua Nascimento Silva, em Ipanema, no Rio de Janeiro. A Legião Urbana acaba oficialmente uma semana depois, deixando milhões de fãs órfãos.

Homenagens póstumas
Em julho de 1997, é lançado o disco póstumo Uma Outra Estação, com o restante das faixas gravadas entre janeiro e junho de 1996. Logo depois, em novembro foi lançado o disco O Último Solo, também com faixas inéditas que deixaram de entrar nos dois discos solos do cantor.
O primeiro disco com a antologia dos maiores sucessos da Legião Urbana chamado Mais do Mesmo foi lançado em março de 1998, esgotando-se rapidamente nas lojas. Em outubro de 1999, o acústico MTV foi lançado em CD e em Vídeo.
Em março de 2001, é lançado o disco ao vivo Como É Que Se Diz Eu Te Amo, com oso shows gravados nos dias oito e nove de outubro de 1994 no Metropolitanm Rio de Janeiro.

Presente
O trabalho de catalogar todo o material inédito de Renato Russo e da Legião Urbana, como sobras de estúdio e outras versões está a cargo do jornalista Marcelo Fróes. O primeiro fruto desse trabalho de arqueólogo foi Renato Russo Presente, lançado em março de 2003, quando Renato completaria 43 anos de vida.

Músicas inéditas como “Hoje” (parceria com Leila Pinheiro), “Mais Uma Vez”, “Thunder Road” e “Boomerang Blues” se misturam a entrevistas concedidas pelo cantor e a outras parcerias com músicos consagrados.


Não percam, no EnTHulho, matérias especialíssimas sobre a vida e obra deste que é, sem dúvidas, o trovador solitário do rock nacional!


***********************************************************************

MONTE CASTELO

R.R.

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal,
Não sente inveja ou se envaidece.
O amor é o fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É um não contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder.
É um estar-se preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É um ter com quem nos mata a lealdade.
Tão contrário a si é o mesmo amor.
Estou acordado e todos dormem.
Todos dormem. Todos dormem.
Agora vejo em parte,
Mas então veremos face a face.
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade.
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.

TH - Quem de nós?

Abaixo, duas entrevistas históricas do cantor, em que fala de críticos brasileiros, da situação econômica do país e da confecção de seu disco em italiano, "Equilíbrio Distante" . Aperte o play e deleite-se!



LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...